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Comportamento

Na batida do rap, grupo boicota transporte público e faz empréstimo para festa

Anny Malagolini | 22/04/2013 06:18
Na batida do rap, grupo boicota transporte público e faz empréstimo para festa

Eles passaram uma temporada em Florianópolis (SC), lavando pratos e trabalhando como garçons. Tudo pelo sonho de viver do rap. O grupo de cinco amigos se fortaleceu, voltou a Campo Grande e agora quer revigorar o movimento Hip Hop por aqui.

Primeiro criaram no Facebook o movimento “Papo de Rua”, para compartilhar em rede a arte do grafite, a liberdade do skate, o street dance e o rap, elementos dessa cultura urbana.

E com uma convocação aqui, uma discussão ali, eles têm conseguido articular alguma coisa.

Na falta de espaço para eventos para a turma do rap, por exemplo, eles conseguiram um empréstimo no banco de R$ 2 mil para bancar uma festa no último final de semana em Campo Grande. O dono da conta, Alexandre Pazo, 21 anos, parcelou o financiamento em 48 vezes de R$ 72,00 para realizar a “Vida Loka” no sábado.

Com o empréstimo, o grupo alugou o salão, comprou bebida e locou alguns equipamentos para a apresentação de grupos de rap de várias regiões da cidade, além de Bonito, Dourados, Rochedo e Sidrolândia.

Mas a turma na faixa dos 20 anos não é só festa, já apresenta um discurso politicamente correto. Alguns não andam de transporte público, por conta do alto preço da passagem. Um boicote que acaba movimentando o grupo a pé ou na base do skate e da bicicleta.

Na batida do rap, grupo boicota transporte público e faz empréstimo para festa

E eles têm sempre algo planejado. Todo sábado, por exemplo, na Praça do Rádio Clube, a partir das 20 horas, a garotada se encontra para fazer uma batalha de rappers. O ganhador leva para casa alguns prêmios simbólicos, como camisetas e bonés.

“O grupo não tem um número certo de integrantes, a cada dia vamos ganhando agregados”, diz Alexandre, que faz parte do “Prontuário Zona Norte”.

Há dois anos, o rapaz saiu de Três Lagoas e veio para Campo Grande, segundo ele, para fugir do caminho “errado”.
“Morava com minha avó, meus pais se perderam pelo mundo e sai de lá para não entrar na violência ou nas drogas pesadas”, conta.

A ilusão de que uma capital seria a forma fácil de viver de música pegou Alexandre, mas em pouco tempo ele percebeu que assim como no interior, a cena do rap aqui não é das mais animadas.

Mas os meninos continuam na “firmeza”, com músicas que surpreendem quem acha que o rap e o hip hop estão ligados à marginalidade. Os garotos compõem letras que falam do “extermínio das drogas” dos riscos da criminalidade. A poesia se transforma em luta social diária.

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