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Comportamento

Na entrada da Santa Casa, som do piano acaba com barulho e corre-corre

Thailla Torres | 10/04/2016 08:45
Soledad, de 73 anos, encanta visitantes que ficam emocionados com ao som do piano. (Foto: Thailla Torres)
Soledad, de 73 anos, encanta visitantes que ficam emocionados com ao som do piano. (Foto: Thailla Torres)

Quem chega no saguão principal da Santa Casa de Campo Grande, se der sorte, é recebido com o som de um piano de madeira Fritz Dobberti. Alguns minutos das manhãs de quintas e sábados são assim, delicados, em um dos locais mais movimentados da cidade.

SoledadNahas, de 73 anos, toca piano desde a infância e trabalha no projeto que leva música ao hospital há mais de 3 anos. O repertório que vai de trilha de filme a cantos de louvor, consegue acalmar o lugar e quem passa por ele.

“A música é uma linguagem universal e atinge todas as pessoas. Tive muita experiência de pessoas que apreciam, se distraem e descarregam um pouco das tensões” diz Soledad.

Pacientes ficam admirados com a música durante a manhã. (Foto: Thailla Torres)
Pacientes ficam admirados com a música durante a manhã. (Foto: Thailla Torres)

No hospital há dois projetos voluntários que usam a música como maneira de amenizar a tensão no ambiente hospitalar. O “Piano Voluntário”, por exemplo, tem três pianistas que e revezam durante a semana para tocar por uma hora.

Aguardando para visitar uma amiga que está internada no CTI (Centro de Terapia Intensiva), Iracilda Alves dos Santos, de 58 anos, fica emocionada ao lado do marido Jair Francisco dos Santos, de 61 anos, ao ouvir a pianista.

“Eu fiquei arrepiada, porque muda totalmente o astral e a gente se sente amada. A música edifica a nossa esperança quando estamos esperando pra ver o paciente”, diz Iracilda. “Pra mim, a música é a semelhança com a linguagem dos anjos, que ameniza nossa dor nos momentos difíceis,” diz Jair.

E já que o piano não pode ser levado para as alas de internações. São com as vozes do coral Prece em Canto que pacientes recebem a música. O projeto já existe dentro da Santa Casa há 23 anos. Voluntários vão aos sábados cantar canções que falam de amor, esperança e sabedoria por cerca de 30 minutos em cada andar.

Leila e Kalil Nunes, de 81 anos, fazem parte do Coral. (Foto: Thailla Torres)
Leila e Kalil Nunes, de 81 anos, fazem parte do Coral. (Foto: Thailla Torres)

“Nós trazemos as energias da cura nas músicas, pois imaginamos aquilo que cantamos, e só buscamos músicas que falam do amor, paciência e benevolência, que faz com com que muitos se curem”, acredita a pedagoga Leila Pompeo, de 74 anos, que é voluntária desde o início do projeto.

Assim como a música traz esperança e força para a recuperação, Leila explica que também é uma maneira de levar paz no fim da vida.

“Em 23 anos que a gente já cantou aqui, ajudamos a curar muita gente e também ajudamos muita gente na hora da morte, porque tem alguns pacientes que estão respirando por aparelhos mecânico e não querem se desligar, então escutam a música, falam de Deus e eles morrem em paz,”diz.

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