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Comportamento

Na era da internet, até a relação entre o cliente e o raizeiro ficou diferente

Aline Araújo | 19/07/2014 07:45
Paulo Fialho cercado de sacas com raízes.
Paulo Fialho cercado de sacas com raízes.

Uma senhora passa pela praça Ary Coelho, no Centro de Campo Grande, e pergunta para o moço que vende plantas medicinais em uma barraca improvisada: “O que é bom para o apetite?” Ele rápido responde “Boldo do Chile, carqueja e quina-quina da Bahia. Quer que prepare um pacote de R$ 5,00?”. Ela confirma e ele prepara na hora a mistura e explica como tomar: “É só colocar na água fria e beber antes do almoço”, ensina.

Nada diferente do que já acontece no Mercadão. O que muda é a imagem de Paulo Fialho, de 53 anos, cercado por grandes sacas brancas, com plantas in natura, para serem preparadas ali mesmo. Também mudou a relação com quem compra. O cliente já chega cheio de ideias, depois de pesquisas na internet sobre os remédios para diferentes males.

Para evitar alguma complicação, Paulo tenta deixar bem claro que a maioria das pessoas já sabe o que quer e ele apenas vende, sem prescrever nada. “Eu não sou médico, não receito nada a ninguém”. Mas no tempo em que o Lado B o observou trabalhando, percebeu que as recomendações são frequentes, assim como a explicação de como são os efeitos das plantas.

“Com a internet as pessoas pesquisam e já trazem anotado o nome do que querem”, reforça. Mas ele sempre tem uma resposta pronta para quem precisa de uma indicação. “As ervas medicinais são de Deus não homem, nós só precisamos saber usá-las” ensina.

Entre indas e vindas, segue o mesmo ofício da mãe há mais de 20 anos. Com o trabalho comercializando as plantas ele já viajou 16 estados brasileiros. “Eu pego o meu carro, coloco as coisas dentro e vou”, relata, um pouco desconfiado do interesse da reportagem.

Todo o conhecimento que adquiriu sobre plantas vem da mãe, falecida há dois anos. Ele conta que ela trabalhava em casa, o que tumultuava a vida e obrigava a mudança de endereço. “Ela se sentia por incomodada quando aumentava muito a procura para ela ajudar”, Assim como ele, a mãe dava dicas de alguma alternativa caseira para resolver problemas como colesterol alto, entre outros.

Paulo explica que ele tem um sitio onde planta e colhe alguns dos produtos vendidos, outros, ele encomenda. Atualmente, no estoque exposto na praça, existem cerca de 200 tipos de ervas diferentes.

Na era da internet, até a relação entre o cliente e o raizeiro ficou diferente
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