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Comportamento

Na estrada, partos emocionam equipes médicas acostumadas apenas com tragédias

Naiane Mesquita | 16/10/2015 10:24
Equipe da CCR MSVIA durante o atendimento ao bebê que nasceu em plena estrada (Foto: Divulgação/Sato Comunicação)
Equipe da CCR MSVIA durante o atendimento ao bebê que nasceu em plena estrada (Foto: Divulgação/Sato Comunicação)

Em uma rodovia como a BR -163, em cada um dos 845,4 quilômetros há uma história. No caminho que leva a mudança, a incerteza, a felicidade do reencontro e até a dor de uma partida também reserva um espaço para o início, ou melhor, o nascimento. Desde dezembro do ano passado, a CCR MSVia registrou cinco pedidos de auxílio a partos no trecho de Sonora a Mundo Novo.

O médico Kleber Cunha Clemente mostra os equipamentos utilizados durante o atendimento (Foto: Gerson Walber)
O médico Kleber Cunha Clemente mostra os equipamentos utilizados durante o atendimento (Foto: Gerson Walber)

Os pedidos de atendimento sempre chegam por meio de telefone, utilizando o serviço de 0800 na companhia. Para quem está acostumado a receber solicitações de auxílio em casos de acidente e ferimentos leves ou graves, ser chamado para um nascimento tem uma energia especial.

“É gratificante, tem um sentido diferente para a equipe, não só o médico, mas os enfermeiros e socorristas”, acredita o médico generalista Kleber Cunha Clemente, 26 anos.

Atendendo na estrada há cerca de um ano, Kleber explica que na maioria dos casos, as mulheres que entram em trabalho de parto não fizeram o pré-natal adequadamente e estão muito nervosas.

“O trabalho de parto se divide em várias fases e o parto é a ultima, ele é uma emergência porque se a paciente não for atendida naquele momento vai gerar complicações tanto para a mãe quanto para o filho. A nossa intenção é sempre que ele não ocorra na ambulância, por isso a prioridade é o encaminhamento ao hospital mais próximo”, explica.

A equipe de socorristas já com a neném no hospital (Foto: Divulgação/Sato Comunicação)
A equipe de socorristas já com a neném no hospital (Foto: Divulgação/Sato Comunicação)

Nos cinco casos que aconteceram na BR-163, apenas um foi realizado dentro da ambulância. O parto aconteceu próximo a cidade de São Gabriel do Oeste e a mãe estava a caminho de Cuiabá.

“O bebê estava coroando, ou seja, a dilatação estava total e ele já estava nascendo. Nesse caso, tem que parar a ambulância, não pode ser feito em movimento, e depois a mãe é encaminhada ao hospital e a um pediatra”, afirma Kleber.

A equipe, segundo ele, fica emocionada com a oportunidade de realizar um nascimento em plena rodovia. “O nosso dia a dia é o trauma. É um atendimento atípico e uma emergência clínica que nós temos que resolver. A equipe claro tem um sentimento diferente”, indica.

Ao todo são 17 ambulâncias e 35 médicos que integram a equipe da CCR MSVIA. Nem todos já tiveram a sorte de fazer um parto na estrada. “Eu nunca fiz, sempre deu tempo de encaminhar ao hospital. Cada hora equivale normalmente a 1cm de dilatação, sendo que 10 é o máximo. Se ela tiver 8 centímetros de dilatação ainda temos 2 horas para fazer o transporte até o hospital. Então preferimos porque é um ambiente melhor e até mais confortável para a mãe”, avalia.

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