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Comportamento

Na Santa Casa, auxiliar coloriu paredes por conta própria para alegrar crianças

Thailla Torres | 24/09/2016 07:15
Ao olhar o desenho, Ana Beatriz tem a musiquinha na ponta da língua a espera de alta. (Foto: Marcos Ermínio)
Ao olhar o desenho, Ana Beatriz tem a musiquinha na ponta da língua a espera de alta. (Foto: Marcos Ermínio)

Da recepção ao sexto andar da Santa Casa de Campo Grande, foi a força de vontade de Carlos Alberto Attaf, de 28 anos, que trouxe alegria as crianças em recuperação. Auxiliar administrativo e desenhista, sozinho ele pintou as paredes em alas da pediatria com desenhos coloridos.

A tristeza no olhar desconfiado das crianças fez Carlos pensar em como causar um sorriso. “Eu vejo como elas entram quando passam pela recepção. Com rostinho triste, muitas ficam com medo e desconfiadas. Eu queria que em algum momento elas pudessem sorrir”, explica.

Carlos já pintou 6 alas da pediatria. (Foto: Marcos Ermínio)
Carlos já pintou 6 alas da pediatria. (Foto: Marcos Ermínio)

Trabalhando há 4 anos no hospital, o entra e sai fez com ele colocasse de vez o talento em prática.

“Sempre gostei de desenhar e queria trazer um lado mais humano para elas. Ficar num hospital não é uma felicidade, mas os desenhos amenizam a dor e fazem elas esquecerem por um momento onde estão. Muito melhor do que as paredes brancas”, justifica.

A escolha dos personagens foi a dedo. Carlos pesquisou o que mais a criançada gostava e está usando o pincel nas horas vagas do trabalho há cerca de um mês, depois de arrecadar o dinheiro para compra de materiais.

“Comecei por conta própria e alguns médicos também colaboraram, quem foi vendo o resultado, aos poucos foi ajudando no projeto”, diz.

O talento para o desenho veio ainda na infância, por influência da família. “Nunca fiz aula de desenho, mas sempre gostei. Não me lembro em que parte aprendi, mas só comecei a desenhar. Talvez seja de família, tenho um tio arquiteto e desenhista”, revela.

Tem também os apaixonados pela Frozen. (Foto: Marcos Ermínio)
Tem também os apaixonados pela Frozen. (Foto: Marcos Ermínio)

Olhando os desenhos e acompanhando cada reação, Carlos diz que só tem vontade de continuar. “As pessoas enxergam a gente ali na recepção só como um elemento administrativo. Mas toda vez que olhos os pacientes sempre penso em que parte posso contribuir, além do trabalho. Penso que consigo mudar de alguma forma a vida delas e fico muito feliz quando passo pelos corredores e vejo a alegria agora”, se orgulha.

E de fato, basta andar pelos corredores da pediatria no 6º andar para ver os olhinhos brilhando diante de personagens amados pelas crianças. Em cada ala, Carlos fez um tema diferente. Procurando Nemo, Frozen, Minions e Galinha Pintadinha são alguns dos desenhos em tamanhos gigantes, para deixar todo mundo encantado.

Internada há um mês, se recuperando de uma pneumonia, a pequena Ana Beatriz, de 4 anos esbanja sorriso cantarolando a música da personagem preferida. “Pó pó pó... a Galinha Pintadinha e o Galo Carijó...”.

Ao lado da filha, Daniela Figueiredo, de 32 anos, é quem acompanhada diariamente o sorriso. "Achei tão bonito, a gente fica admirada. Ficar nesse hospital não é bom para ninguém e nessas horas, um pouco de alegria, sempre ajuda na recuperação", acredita a mãe. 

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Personagens deixaram as salas mais alegres. (Foto: Marcos Ermínio)
Personagens deixaram as salas mais alegres. (Foto: Marcos Ermínio)
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