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Comportamento

Nas destemperanças que surgem na vida, que o medo fique todo para trás

Mariana Lopes | 16/09/2015 06:56
Nas destemperanças que surgem na vida, que o medo fique todo para trás

Não raro, a vida nos prega peças e nos coloca diante de episódios que, sem mais nem menos, nos tiram do eixo confortável da nossa estabilidade emocional. Como tenho raiva desses destemperos que nos aparecem nas horas mais impróprias possíveis. Dá vontade de bater a porta na cara do problema e dizer: "Não estou em condições psicológicas para te receber hoje, por favor, volte outro dia, ok?!". E, como um lord, o bendito daria meia volta e só retornaria com hora marcada. Resumindo, ninguém teria problemas e a vida seria bem mais fácil.

Pena que a vida não tem essa cordialidade toda com a gente, e no "vai ou racha" o buraco é mais fundo. Quando o problema bate à nossa porta, ele chega dando voadora e arrombando tudo. E aí, meus caros, não adianta se esconder debaixo da cama. O jeito e a melhor saída é estufar o peito e encarar o intruso.

Não tenho a pretensão de escrever aqui uma receita de bolo, que dará todos os ingredientes para se enfrentar as tempestades que aparecem durante a nossa jornada, mas talvez encontrar uma resposta para mim mesma de como não adoecer diante das dificuldades que insistem em aparecer vez ou outra. (Sim, pasmem! Eu escrevo primeiro para mim mesma, busco em meus textos as respostas para minhas próprias perguntas).

Há um provérbio chinês que diz assim: "se o problema tem solução, não esquente a cabeça, porque ele tem solução. Se o problema não tem solução, não esquente a cabeça, porque ele não tem solução". Simples e fácil, como a vida deveria ser. Mas não é. E isso é fato. A vida é complexa, nós somos complexos, a natureza é complexa, o universo é complexo... Então como me pedem para não esquentar a cabeça quando uma bomba atômica está preste a explodir nas minhas mãos?

Se tem uma coisa que me faz perder a compostura é gente com mania de dizer "fica calma". Como me irrita pessoas que sabem manter equilíbrio quando tudo está fora do controle. Tenho ranso de quem consegue assitir ao caos da própria vida como quem assite a um filme do cãozinho herói na Sessão da Tarde. Na verdade, é tudo recalque, pois essa deve ser a melhor maneira de viver a vida e eu não sei ser assim.

Mas em meio ao tufão que vez ou outra resolve passar por aqui, até que consigo encontrar soluções incrivelmente brilhantes para os meus problemas. Nada de extraordinário, apenas uma dose de coragem. Pois não há nada que possa me vencer quando eu estou disposta a dar o melhor de mim. E se algum dia, alguma destemperança da vida me causar pavor, eu hei de subir no salto, respirar fundo e deixar todos os medos para trás.

*Mariana Lopes é jornalista e colaboradora do Lado B.

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