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Comportamento

Nas ruas, a gente descobre que abraçar é um super exercício de ano novo

Adriano Fernandes | 02/01/2016 07:23
"O melhor lugar do mundo é dentro de um abraço", já diz a canção.(Foto: Marcos Ermínio)
"O melhor lugar do mundo é dentro de um abraço", já diz a canção.(Foto: Marcos Ermínio)

O Lado B foi para o principal ponto do Centro de Campo Grande, a Praça Ary Coelho, para tentar, a todo custo, fazer alguém se abraçar. A missão parece fácil entre namorados ou amigos, por exemplo, mas não é bem assim.

Deu certo em partes, mas a verdade é que, pelo menos entre os campo-grandenses, ainda existe uma resistência das pessoas ao abraço. 

Também tem gente que "esquece" de demonstrar carinho. Por isso, começamos 2016 com um lembrete, para que o ano seja de mais afeto e menos bate-boca.

Os colegas de trabalho e amigos Melissa e Arley.(Foto: Marcos Ermínio)
Os colegas de trabalho e amigos Melissa e Arley.(Foto: Marcos Ermínio)

Nas ruas, iniciamos da maneira mais difícil, estimulando abraços entre desconhecidos. Apesar de muitas abordagens, ninguém topou o desafio.

Então, partimos para os, aparentemente, mais próximos. De cara, encontramos a vendedora Melissa Borges, que encara o afeto como "hobby". No trabalho, ela se define como uma “abraçadeira” convicta e o colega Arley Pereira, é o alvo mais frequente.

“Quando você abraça alguém é como se você sentisse a alma da pessoa. Você fica mais calmo, leve. Não tem o porquê de não abraçar quem você convive diariamente. No meu trabalho, abraço todo mundo”, riu.

Já o amigo admite que sair por ai abraçando todo mundo não é lá o seu forte. Nascido em Antônio João, falta desse tipo de hábito, segundo ele, é comum entre quem veio do interior. “Quem vem de cidade pequena é um pouco mais receoso nesse sentido. Aqui as pessoas são mais impulsivas e menos reservadas”, avaliou Arley.

Receios a parte, o importante foi que o rapaz deixou a timidez de lado e abraçou a amiga.

Dona Ana e o abraço gostoso da Juju.(Foto: Marcos Ermínio)
Dona Ana e o abraço gostoso da Juju.(Foto: Marcos Ermínio)

Para a babá Ana Silva, os abraços também fazem parte da rotina diária de trabalho. Atualmente, ela cuida de Julia, de 6 anos, mas há 17 anos trabalha com a família dos pais da pequena. Ela já foi babá da mãe da “Juju” e até cuidou por um tempo da bisavó da menina.

Hoje em dia, Júlia é com quem ela passa maior parte do tempo e é para quem dedica uma atenção mais que especial. “Acho que as pessoas estão cada vez mais carentes do afeto, de um abraço, principalmente por quem é da família”, comentou.

Vanessa é “abraçadeira, beijoqueira, até demais”. (Foto: Marcos Ermínio)
Vanessa é “abraçadeira, beijoqueira, até demais”. (Foto: Marcos Ermínio)

No gramado da praça, mesmo de longe, já dava para notar a afinidade das amigas Vanessa Oliveira e Adryelle Ferreira. As duas também trabalham juntas e são outros dois exemplos dos opostos que rendem boas amizades.

Adryelle é mais reservada, já Vanessa é “abraçadeira, beijoqueira, até demais”, brincou. Quando falo que o tema da reportagem é justamente o abraço, ela arriscou até um Jota Quest. “O melhor lugar do mundo é dentro de um abraço”.

Para a moça, um abraço é sinônimo de afeto, mas depende também da química entre as pessoas. “Sabe aqueles quinze minutinhos que a ciência diz que é o suficiente para definir se duas pessoas se deram bem ou não? Pois então, acredito nisso. Tem gente que eu mal conheço e já saio cumprimentando, abraçando, mas outras, simplesmente o santo não bate. Geralmente me dou tão bem com todo mundo que o abraço, se tornou algo normal”, explicou.

Adryelle é o oposto. “Só abraço mesmo quem eu conheço e olhe lá”, justificou. Com tanta intimidade entre as duas, o abraço surgiu mais que de forma natural no meio da conversa.

Alessandra e Alexandro até relutaram, mas a amizade de apenas 3 dias foi celada com um abraço.(Foto: Marcos Ermínio)
Alessandra e Alexandro até relutaram, mas a amizade de apenas 3 dias foi celada com um abraço.(Foto: Marcos Ermínio)

Em pouco mais de uma hora que a equipe ficou pela praça, foram várias as situações curiosas e tentativas frustradas de fazer com que, mesmo entre quem se conhecia, rolasse um simples abraço.

A timidez, por exemplo, fez com que os jovens Alexandro e Alessandra tentassem evitar o registro da câmera. “Eu tenho muitos amigos e costumo abraçar todos eles”, disse Alessandra, de 17 anos. “Já eu, não. Tenho poucos amigos e abraço menos ainda”, gargalhou Alexandro, de 15.

Eles são amigos há apenas três dias, graças a curso de férias que fazem juntos. Pergunto então o porquê dele não abraçar a sua mais nova amiga. Foi quando surgiu o abraço, modesto, mas com direito a poses pra foto.

O Lado B quis dar um te cupido e cobrou um abraço do casal.(Foto: Marcos Ermínio)
O Lado B quis dar um te cupido e cobrou um abraço do casal.(Foto: Marcos Ermínio)

Em um dos bancos da praça, estavam sentados os jovens Thainá Ortega e João Gabriel dos Santos. A desculpa do abraço foi o motivo para que o Lado B virasse cupido.

“Não sou de abraçar muito, ainda mais quando estou de mau humor”, reclamou ela. “Eu até gosto, mas evito abraçar quem tem mau humor”, alfinetou João.

Não deu para descobrir se interrompemos uma “DR” ou uma tentativa de reconciliação depois de uma briga.

A verdade é que o clima tenso entre o casal foi quebrado pelo abraço que só aconteceu depois da insistência do chato do repórter. Mas por fim, graças ao santo remédio, os dois voltaram a se olhar com afeto. 

Que em 2016 não nos falte abraço, gratuito, espontâneo e mesmo em dias de mau humor.

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