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Comportamento

Nem correria de hospital esfriou amizade que começou na faculdade há 40 anos

Thailla Torres | 15/11/2016 10:32
Amigos revivem histórias, olhares e abraços de um dos momentos mais lindos da amizade. (Foto: Arquivo Pessoal)
Amigos revivem histórias, olhares e abraços de um dos momentos mais lindos da amizade. (Foto: Arquivo Pessoal)

Junto com o abraço apertado, teve muito choro e sorriso. Foi assim o reencontro emocionante entre 40 amigos que provaram que nem o tempo e a distância conseguem enfraquecer uma história. Eles se conheceram na faculdade de Medicina em 1976, na antiga UEMT (Universidade Estadual do Mato Grosso) e comemoram 40 anos de formação e afeto.

"A medicina uniu todo mundo. Sinceramente acredito que a nossa turma foi uma das mais unidas que universidade já teve. Nunca perdemos o contato e nem deixamos de confraternizar. Mas dessa vez foi especial, porque conseguimos reunir todo mundo", diz o médico João Rocino, hoje com 64 anos. 

Alguns dos amigos em frente ao Hospital Universitário. (Foto: Arquivo Pessoal)
Alguns dos amigos em frente ao Hospital Universitário. (Foto: Arquivo Pessoal)

A lembrança é de uma turma de 47 amigos. Sete deles já partiram e quem ficou aproveita o reencontro para voltar aos velhos tempos regados a cantoria, samba e dança. Organizados desde sempre, a turma de médicos formou uma comissão para fazer um encontro inesquecível que rendeu uma super festa.

João conta que quando acabou a faculdade, a turma chegou a se encontrar durante alguns anos, mas com poucos. No entanto, a vontade era reunir todos, o que nunca acontecia. "Fizemos encontros com alguns amigos que estavam aqui, mas teve gente que nunca veio e a turma não estava completa", lembra.

Para reunir todo mundo, foi cerca de um ano entre contatos e decisões para que a turma estivesse completa. "Foi um ano para aquecer os motores e confraternizar. Veio gente de várias cidades, não só de Campo Grande. A ideia era lembrar nossos melhores momentos. Foi muita coisa boa", lembra.

Aos 63 anos, a médica Yvone Maria de Barros é uma das amigas e integrantes da turma que guarda com carinho todas as recordações. "Fazer Medicina nunca foi fácil, exige muito do aluno e a gente se dedicava bastante. Mas por incrível que pareça a gente estava sempre unido e se divertindo", conta.

Nas memórias, um tempo de festas em que, independente da hora, os amigos da Medicina estavam sempre unidos. "A gente lembra das nossas festas. Tinha muita roda de samba e curtição. A gente estudava, mas gostava de se divertir, foi uma juventude e tanto", diz.

Quando a turma se reunia. (Foto: Arquivo Pessoal)
Quando a turma se reunia. (Foto: Arquivo Pessoal)

O amor e a paquera também estão nas histórias. "Tinham várias repúblicas, uma delas era a 'Paquerológica', em que havia a turma da paquera", lembra Yvone.

Foi tão difícil reunir todo mundo para comemorar os 40 anos de Medicina que foram precisos três dias de festa. No primeiro dia, uma reunião em uma barzinho para jogar conversa fora. Já no segundo, um jantar de gala com muita música, fotografia e vídeos recordando os tempos de juventude. No terceiro, um almoço com a cantora Delinha para matar saudade também da música sul-mato-grossense. "Veio muita gente de fora. E todo mundo, até quem não é daqui, tem Campo Grande como um pedacinho importante da vida. Então a gente tentou fazer tudo próximo daquilo que a gente vivia. Na música, na comida e da diversão", conta.

Em tempos de Facebook e Whatsapp, Yvone avalia que é mais fácil superar a distância. Mas na amizade, isso é algo novo e o geração das cartas nunca passou. "Eu lembro que as outras turmas sempre perguntavam porque a gente conseguia estar sempre junto. Eu acho que era porque a gente era cheio de vida, cheio de vontade e não existia distância. Quando a faculdade acabou, nos falávamos por cartas, mandavámos cartão de Natal ou telegrama no aniversário. A gente dividia duas coisas, o amor pelos amigos e pela profissão. Isso nunca falhou"

O último dia de festa foi um momento de despedida, mas também de felicidade, pela amizade e companheirismo construídos. "É muito emocionante, é uma profissão que se leva pra vida e as pessoas que construíram isso com a gente vieram juntas. Acho que foi quase uma nova festa de formatura, com a mesma energia, tanto que minha voz quase nem sai de tanto que foi maravilhoso. Na hora de ir embora, teve gente que chorou. Ninguém quer largar esse momento", diz Yvone.

Lembrança de 3 dias de festa. (Foto: Arquivo Pessoal)
Lembrança de 3 dias de festa. (Foto: Arquivo Pessoal)
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