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Comportamento

No alvo de página sobre "Aonde não Ir", comerciantes reclamam até de ameaças

Lucas Arruda | 13/09/2015 07:12
Barrica foi alvo de usuários do grupo "Aonde Não Ir em Campo Grande" perto de sua inauguração (Foto: Arquivo/Marcos Ermínio)
Barrica foi alvo de usuários do grupo "Aonde Não Ir em Campo Grande" perto de sua inauguração (Foto: Arquivo/Marcos Ermínio)

Existe aquele velho ditado que diz: “o cliente tem sempre razão”. Mas será que essa é a verdade absoluta? Depois de muita reclamação jogada no ventilador no grupo do Facebook “Aonde Não Ir em Campo Grande”, comerciantes reclamam que os clientes podem falar r à vontade e eles muitas vezes nem sequer são ouvidos, como se fosse um território sem lei.

Um caso, em especial, chamou a atenção nos últimos dias. Uma usuária da rede social reclamou da demora no atendimento na Lanchonete Delícias da Tia. Segundo a postagem, ela e o marido estavam com um bebê de colo e pediram uma mesa, mas tiveram que esperar 40 minutos em pé até conseguirem ser atendidos.

Nos comentários alguns usuários acabaram se exaltando e até ameaças a funcionárias do estabelecimento foram feitas. Segundo a consultora de marketing da lanchonete, Ana Carolina Câmara, um usuário afirmou que se fosse mal atendido por uma funcionária específica iria “descer o cacete nela e quebrar o estabelecimento”. O comentário ainda foi endossado por outras pessoas Facebook.

Neste caso, a ameaça foi apagada pelos moderadores e não está mais disponível, mas o grupo perdeu a credibilidade frente ao estabelecimento. “Nós temos que ver sempre as duas versões, tanto a do cliente quanto a do funcionário. Agora se alguém já faz uma ameaça ela perde completamente a razão”, reflete. Ela afirma que as gravações do dia em questão estão sendo averiguadas para saber o que realmente houve.

Usuária reclamou da lanchonete Delícias da Tia no grupo e alguns usuários comentaram em tom de ameaça contra funcionária do lugar
Usuária reclamou da lanchonete Delícias da Tia no grupo e alguns usuários comentaram em tom de ameaça contra funcionária do lugar

Júnior Ribeiro, proprietário do Delícias da Tia, acha que nestes momentos a página presta um desfavor, pois quando ele mesmo ia responder algumas das reclamações feitas era motivo de chacota pelos usuários. "Eles não param para nos escutar e pessoas que nem conhecem o estabelecimento entram na discussão para fazer piadas ou agressões pessoais", afirma.

Um dos proprietários do Barrica, Rafael Cabreli, também reclama que nem sempre a página faz um serviço para as pessoas que procuram novos lugares para ir. No ano passado um episódio em que clientes que estavam no bar e, por conta do horário, não tiveram como arrumar gelo para eles, pois estavam para fechar.

“Neste episódio eu mesmo estava atendendo eles e em nenhum momento vieram me procurar ou algum dos outros responsáveis pelo bar. No outro dia havia uma postagem neste grupo denegrindo a imagem do bar e não estavam dando a versão correta dos fatos. Acho que antes de sair reclamando por aí tem que ser dado um feedback no próprio estabelecimento antes”, reflete Rafael.

É claro que os proprietários dos estabelecimentos concordam que o cliente tem o direito de ser bem atendido e de usufruir de um bom produto, já que estão pagando. Também acham que a página pode fazer um favor. “Eu mesmo já vi diversas reclamações lá e passei para a equipe da Delícias da Tia para melhorarmos nestes pontos, isso nos ajuda muito”, frisa Ana Carolina. “Mas concordo que os problemas têm que ser resolvidos primeiramente no local, no Facebook não temos como mensurá-los e nem averiguar quem está com a razão”, completa.

Uma das moderadoras do grupo, Camila Ariosi, garante que os estabelecimentos têm espaço para responder as reclamações feitas por lá, mesmo ele sendo fechado. “Após feita a reclamação eles podem fazer a réplica, é aberto tanto para quem reclama quanto para o estabelecimento. Nem sempre o cliente tem razão e é por isso que é dado o espaço para ambas as partes”, afirma.

Sobre as ameaças, ela diz que o usuário é advertido quando faz algo do tipo e que se permanecer no mesmo posicionamento ele é excluído da página. “Não ficamos à disposição da página, mas todos os dias são feitas vistorias nos comentário para evitar ofensas”, explica.

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