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Comportamento

No campo do José Abrão, time se reencontra 20 anos depois para rever treinador

Naiane Mesquita | 01/10/2016 07:30
A reunião com os meninos do time Bad Boys, no centro ao lado da esposa, o técnico, seu Idi (Foto: Silas Souza)
A reunião com os meninos do time Bad Boys, no centro ao lado da esposa, o técnico, seu Idi (Foto: Silas Souza)

Na beira do campo, antes de começar o jogo, o que não falta é assunto. O tom de voz alto denuncia que ali só tem amigos, os Bad Boys do bairro José Abrão. Colegas desde 1996, alguns seguiram outros caminhos, mas a maioria conseguiu marcar presença na noite de ontem, no campo de futebol da vila que eles faziam questão de treinar toda semana.

“Esse pessoal é de um time de futebol que tinha aqui no bairro. O ano era 1996, eu tinha uns dez anos de idade. Todo mundo treinou junto, a gente viajou para competir e tinha o nosso treinador, o Idi”, explica um dos jogadores da época e atualmente vendedor, Diego de Souza Figueiredo, 30 anos.

Os meninos treinaram juntos até que o professor precisou se mudar para São Paulo. Foi então, que os laços foram desfeitos. “Eu dava aulas particulares de futebol aqui nesse campo. Na época, conseguimos aumentar o gol, trazer umas melhorias para cá. Eu tinha várias turmas e as crianças batiam em casa às 5 horas da manhã todo dia para perguntar se tinha treino. Isso porque começava às 8 horas da manhã”, relembra, aos risos, o treinador, Idi Afonso, 58 anos.

Idi mostra a foto dos primeiros integrantes do time (Foto: Silas Souza)
Idi mostra a foto dos primeiros integrantes do time (Foto: Silas Souza)

Essa é a primeira vez que o professor é convidado para um encontro de turmas. Emocionado, ele conta que nunca esqueceu os alunos. Com fotos em mãos, Idi mostra um por um e diz o apelido, ao invés do nome. Volta e meia aponta os “homens feitos já”. “Eu dei aulas aqui até 2001, depois me mudei para São Paulo. Quando me aposentei, voltei para Campo Grande, mas não para o bairro José Abrão”, explica.

Foi Diego que encontrou o professor e reuniu a turma com a ajuda da internet. “Criei um grupo no Whatsapp e adicionei as pessoas. Alguns eu tinha contato porque morei bastante tempo aqui. Outros eu fui procurando. Muita gente não está mais aqui, acabou falecendo ou seguindo outro caminho. Mas, quem eu consegui, deu certo de vim”, afirma Diego.

Hoje o campinho é disputado. Tem que agendar com tempo para poder usar. Devidamente uniformizados, os meninos estavam animados para mostrar o jogo. “Quando o Diego me ligou a primeira vez eu fiquei muito emocionado. Não esperava depois de tanto tempo. É uma sensação diferente ver todos eles aqui reunidos”, acredita Idi. Atleta, ele ainda participa do time dos Ferroviários e amigos, formado só por veteranos. “Continuo participando do futebol”, ressalta.

Na história, todo mundo tem uma parte para contar. O fotógrafo William Sobrinho, mais conhecido como “zero”, também era do time e era o responsável por ajustar a câmera para o registro oficial. “Era o nosso time da vila da época. Todo mundo se conhecia. Viajamos juntos para Rochedo, competimos. São lembranças que carregamos da nossa história. Molecada mesmo, era uma época boa”, acredita.

O time completo e uniformizado pronto para entrar em canto (Foto: Naiane Mesquita)
O time completo e uniformizado pronto para entrar em canto (Foto: Naiane Mesquita)
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