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Comportamento

No Dia das Mães, as demonstrações que confirmam o amor incondicional

Aliny Mary Dias e Viviane Oliveira | 11/05/2014 17:08
Lira tem 23 filhos, 19 deles adotivos (Foto: Cleber Gellio)
Lira tem 23 filhos, 19 deles adotivos (Foto: Cleber Gellio)

Se para a maioria das mães o segundo domingo de maio é exclusivo para receber o carinho dos filhos, almoçar em família e até ganhar um presente especial, para outras tantas mães esse é, mais do que em qualquer outro dia, hora de  provar o amor incondicional, que elas, as mães, sabem como demonstrar.

Exemplos de histórias que chamam a atenção existem aos montes pela cidade e o Campo Grande News foi em busca de algumas delas.

Em frente ao Cemitério Cruzeiro, situado na Avenida Cônsul Assaf Trad, dona Lira Francisca de Freitas, 63 anos, vende flores para os que já perderam as mães e as homenageiam com flores e rezas nos túmulos.

Lira é mãe de 23 filhos, 19 deles adotivos. Em vez de estar em casa e receber 23 abraços, beijos e homenagens, ela garante o sustento de parte da família vendendo as flores. A mãe diz ainda que vários filhos já passaram pelo cemitério para dar carinho e ou levar água para ela.

Natalina tem três filhos detidos no Presídio de Segurança Máxima (Foto: Cleber Gellio)
Natalina tem três filhos detidos no Presídio de Segurança Máxima (Foto: Cleber Gellio)

“Há 30 anos eu vendo flor no cemitério no Dia das Mães, dos Pais e Finados. Todos meus filhos já estão criados, o mais velho tem 63 anos e a mais nova, que ainda mora comigo, tem 12 anos”, diz sem se importar de trabalhar no dia criado para ela.

Dentro do cemitério, ao redor dos túmulos, estão as irmãs Agda Silva Mareco, 60 anos, e Assunção Silva, 50 anos. As duas foram levar flores e homenagear a mãe que morreu há três anos.

Mãe de cinco filhos, Agda conta que passou parte do dia com eles e, depois, partiu para o cemitério. “Minha mãe era uma pessoa grandiosa e a gente vai levar para o resto da vida. Todo o dia das mães a gente festejava muito e se reunia com toda a família, por isso, viemos aqui hoje rezar por ela”, explica Agda.

Outro lugar onde o amor incondicional é exposto em atitudes é em frente ao Presídio de Segurança Máxima, situado no Jardim Noroeste. Em dias de visita, as mulheres já são unanimidade, mas é no Dia das Mães que a presença delas se torna ainda mais marcante.

Irmãs homenageiam a mãe em cemitério (Foto: Cleber Gellio)
Irmãs homenageiam a mãe em cemitério (Foto: Cleber Gellio)

Entre as mães e esposas que esperam a vez de ver os filhos ou maridos está Natalina Mertiliano dos Santos, 51 anos. Dos quatro filhos, três estão detidos e a única forma de passar algum tempo com eles é se submetendo a situações constrangedoras. “É muito humilhante porque tiram a nossa roupa e sentamos em um banco com espelho”, desabafa.

Dos três filhos que estão presos, um deles vive atrás das grades há 8 anos e deve ser solto daqui duas semanas. Para a mulher que passou os últimos oito segundos domingos de maio no presídio, a experiência é resumida em poucas palavras. “É muito triste ver um filho preso”.

Outra que enfrentou tudo para ver o filho é a professora aposentada de 53 anos, que pediu para não ser identificada. A situação, inclusive, se repete entre muitas mães, já que elas afirmam sofrer preconceito por ter filhos detentos.

A professora conta que o filho foi preso em 2007 e que só restou o apoio dela. “Os amigos vão embora e a família vira as costas porque têm muito preconceito”, completa a mulher que lembra dos momentos que pegava os alunos na mão e agora tem o mesmo contato com o filho.

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