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Comportamento

No Facebook, movimento quer compartilhar ao invés de doar roupas o ano todo

Paula Maciulevicius | 28/12/2014 07:55
Leandro explica que o objetivo é ultrapassar a solidariedade da época e chegar nas resoluções para o ano que se inicia. (Foto: Marcos Ermínio)
Leandro explica que o objetivo é ultrapassar a solidariedade da época e chegar nas resoluções para o ano que se inicia. (Foto: Marcos Ermínio)

O movimento quer ir além do espírito de solidariedade que aparece no fim de ano. "Roupa para todos" prega compartilhar ao invés de doar o que está há muito tempo sem sair do armário. No Facebook, o advogado e psicólogo Leandro de Moura Ribeiro, criou o "Movimento Roupa para todos - Doe Roupa, Doe Vida" para trabalhar com ações solidárias durante todo o ano de 2015.

Leandro explica que o objetivo é ultrapassar a solidariedade da época e chegar nas resoluções para o ano que se inicia. "No final de ano, todo mundo faz campanha, aquela temporária, passageira. Marcamos para começar em janeiro, exatamente para mostrar que não foi movido pelo espírito natalino. Veio para ficar", ressalta.

A iniciativa do advogado partiu da observação ao próprio guarda-roupa. "Olhando eu vi que há uma infinidade de roupas as quais nunca usei, parei para refletir se desejava usá-las algum dia e a resposta foi negativa. Então, notei o quanto estava sendo egoísta mantendo algo guardado, enquanto muitas pessoas nem sequer tem uma roupa nova para vestir", argumenta. Partir para as redes sociais foi a forma de abrir a campanha para um público maior.

Partir para as redes sociais foi a forma de abrir a campanha para um público maior.
Partir para as redes sociais foi a forma de abrir a campanha para um público maior.

E na tentativa de humanizar ainda mais a ação, Leandro explica que o movimento quer acrescentar um conceito à palavra roupa, que seria dignidade. "É uma tentativa de resgatar a dignidade do público alvo, chamando para nós, sociedade, a responsabilidade de trazer tais pessoas que marginalizamos, reconhecendo nosso erro e as acolhendo, para que possam se enxergar humanas, detentoras dos mesmos direitos que todos nós".

O movimento quer trabalhar com a consciência, começando pela adoção do termo "compartilhar". "Não é uma doaçãozinha, o objetivo é trabalhar a sociedade, conseguir integrá-la e romper o preconceito com essas pessoas menos favorecidas. Trabalhar o olhar às pessoas invisíveis", descreve.

Apesar de contar com a participação de pessoas públicas, o movimento ergue a bandeira de ser apartidário. O organizador frisa que não é campanha política e sim um exemplo para que outros municípios também possam fazer o mesmo.

A iniciativa do advogado partiu da observação ao próprio guarda-roupa. (Foto: Marcos Ermínio)
A iniciativa do advogado partiu da observação ao próprio guarda-roupa. (Foto: Marcos Ermínio)

No primeiro momento, a organização dividiu três etapas de ações, para reunir roupas, separá-las de acordo com tamanho, cor e sexo e por fim, definir a logística de entrega. De início, o movimento quer focar em pessoas e não instituições. "O público alvo são pessoas em situação de rua, catadores de materiais recicláveis e moradores de alguns bairros da cidade considerados favelas", exemplifica.

No Facebook, já são 2,3 mil membros das mais variadas profissões. "É bem bacana por isso, temos gente das varias áreas que mostra que a sociedade está interessadas em trabalhar diante do descaso do poder público e quer, de certa forma, tomar uma atitude".

As contribuições ao grupo vão desde roupas que não se usa mais até sediar a primeira reunião, marcada já para o dia 31 de janeiro.

No Facebook, o movimento montou o grupo “Roupa para Todos” e ainda criou o evento. O telefone de contato do Leandro é o: 9621-8031.

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