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Comportamento

No Natal não pode faltar ceia, os presentes e os bons barracos em família

Viviane Oliveira | 25/12/2012 07:10
Família de Natália, pouco antes do tio embarcar na rodoviária de Campo Grande. (Fotos: Luciano Muta)
Família de Natália, pouco antes do tio embarcar na rodoviária de Campo Grande. (Fotos: Luciano Muta)

Não tem jeito, Natal é coisa de família e com o passar dos anos vai rendendo histórias e criando personagens. Tem aquele tio que só vemos uma vez ao ano, mas é só bater o olho para ele soltar o comentário: “Nossa, como você engordou”.

Tem a mãe que sempre chora, o pai que bebe demais e faz a gente passar vergonha, o irmão que resolve discutir a relação e tudo acaba virando um barraco, mas com final feliz nas melhores famílias.

Para Natália Novaes, 17 anos, é difícil administrar uma festa com quase 50 pessoas. A parentada se reúne na casa do pai dela, um mestre de obras que faz questão de virar Papai Noel e distribuir presentes que nem sempre agradam. “As crianças nunca ficam satisfeitas. Uma quer o presente da outra”, conta.

Mesmo tão jovem, ela fala dos momentos de Natal enquanto amamenta a filha Talia, de 6 meses. Além da discussão das crianças, ela lembra que o pai quer sempre fazer churrasco e a madrasta não. “Mas no final da tudo certo”, diz.

Apesar de altos e baixos de toda reunião entre famílias, na noite do Natal a madrasta considerada encrenqueira faz os que estão ‘brigados’ fazerem as pazes, uma vantagem avalia Natália.

Mas nem todo mundo resiste a mesma festa todos os anos. O tio dela, José da Silva Novaes, 42 anos, vai para casa de uma prima em Nova Andradina. “Gosto de passar o Natal lá, lugar onde passei minha infância”.

A avó, Maria Sabina, também não quer grandes comemorações, depois de anos na confraternização gigante, agora vai ficar em casa com uma das filhas. “Eu prefiro ficar no meu canto. Gosto de um Natal mais calmo, sossegado, sem muita confusão”, justifica.

A advogada Jandira Perez reclama bastante, mas na sequência faz questão de ressaltar: “É tudo da boca pra fora”. No bairro Santo Antônio, onde mora com as 2 filhas, construiu uma casa grande, com quintal enorme, justamente para receber o restante da família em ocasiões especiais, mas de 30 pessoas.

Na lista de “probleminhas” de Natal, ela coloca a briga pelo destino de quem vem de fora. “Minha irmã mora em Presidente Prudente e quando vem para cá é uma briga para ver em que casa ela vai ficar”. A disputa é com a irmã mais velha, a “mandona” da família. “No final das contas, a gente faz rodízio. Um ano lá, outro cá”, explica.

Aparecido vai em busca da mãe, de 92 anos.
Aparecido vai em busca da mãe, de 92 anos.

Aos 70 anos, Aparecido Raimundo é um daqueles privilegiados que ainda pode passar o Natal com a mãe de 92. Por isso já aprendeu a não perder tempo com briguinhas de final de ano. Leva tudo na esportiva e prefere só comemorar.

Ele já foi agricultor, caminhoneiro e agora, aposentado, deixa a família em Campo Grande para seguir de ônibus até Assis Chateaubriand, no Paraná, para comemorar com a mãe, uma espanhola que há 3 anos ficou viúva.

Além dos três filhos que moram aqui, do primeiro casamento, Aparecido tem uma esposa recente, que o fez trocar o Paraná por Campo Grande. “É uma sul-mato-grossense porreta”, diz sobre a mulher, uma professora aposentada.

Apesar do embarque previsto para às 20 horas de sexta-feira passada, às 17 ele já estava na rodoviária. “Gosto de fazer as coisas com antecedência, vim mais cedo para comprar a passagem”, explica.

No total, ele espera rever 40 parentes durante a ceia, entre 5 irmãos, 14 bisnetas e uma tataraneta e matar a saudade da comida especial. “Não pode faltar, macarrão, frango e maionese”, brinca Aparecido.

Para quem passa o ano todo distante, Aparecido garante não ver nenhum problema nas reuniões de Natal, tira o chapéu e diz: “Graças ao bom Deus, na minha família não tem nenhuma conversa errada. Quando a gente se encontra o momento é de alegria e descontração”.

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