ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, QUINTA  28    CAMPO GRANDE 28º

Comportamento

No Pantanal que "mudou sua vida", fotógrafo esperou 23 anos para encontrar onça

Adriano Fernandes | 19/12/2015 07:34
Onça pintada às margens do Rio Miranda, na última segunda-feira.(Foto: Mogens Trolle)
Onça pintada às margens do Rio Miranda, na última segunda-feira.(Foto: Mogens Trolle)

A energia do Pantanal despertou no biólogo e fotógrafo Mogens Trolle o fascínio pela natureza e a vida selvagem. O retorno para a Dinamarca, sua terra natal, ainda no ano de 1995, marcou o inicio de uma história com belas imagens de animais pelo mundo todo. A mais significativa delas, ele conseguiu na última segunda-feira: o encontro com a onça pintada, no lugar que marcou para sempre sua vida.

O primeiro contato do dinamarquês com o Pantanal foi no ano de 1992, quando esteve no Brasil trabalhando na Conferência do Meio Ambiente ECO 92, no Rio de Janeiro.

“Naquela época, eu trabalhava como técnico de som e não tinha nenhum interesse de vida silvestre”, contou.
Depois do trabalho no Rio de Janeiro, Moges decidiu viajar pela a América do Sul, quando quis conhecer a região pantaneira.

Foi ao conhecer o Pantana, que Mogens decidiu se dedicar a biologia e a fotografia silvestre.(Foto: Arquivo Pessoal)
Foi ao conhecer o Pantana, que Mogens decidiu se dedicar a biologia e a fotografia silvestre.(Foto: Arquivo Pessoal)

“Foi quando recebi uma oferta que eu não podia negar: trabalhar como guia turístico no Pantanal”, diz.

Por um ano, Moges trabalhou como guia de uma agência na Nhecolândia, na região sul do Pantanal, e em seguida, numa pousada na estrada Transpantaneira.

“Mas foi durante meu tempo no sul do Pantanal que me apaixonei pela natureza selvagem, a vida silvestre e decidi trabalhar com animais. O Pantanal mudou totalmente a minha vida”, lembra emocionado.

E tanto fascínio o moveu por toda carreira. Depois de cinco anos estudando Biologia na universidade de Copenhague, entre os anos de 2001 e 2002, ele retornou ao Pantanal para concluir mestrado, em reservas na região do Rio Negro e nordeste do Pantanal. Foram mais de quatro meses de estudos, fazendo levantamento dos mamíferos, sem nunca ter visto a onça pintada.

O encontro - O biólogo já morou na Amazônia, em Manaus e até já descobriu uma nova espécie de veado, no Peru, mas nunca havia visto a onça pintada tão de perto. “Tirei fotos da vida silvestre em todos os setes continentes, nos melhores lugares de se fotografar bichos. Por isso voltei ao Pantanal agora, principalmente, para procurar onça pintada”.

Mogens chegou no último domingo, com um amigo e já na segunda-feira, aconteceu o encontro, nas margens do Rio Miranda. “A onça estava deitada, embaixo da sombra de uma árvore grande, muito relaxada. O nosso guia conseguiu aproximar com o barco devagar e quieto, até que ficamos a uns 10 ou 15 metros da onça”.

Tranquila, ela posou para as fotos sob a sombra de uma árvore.(Foto: Mogens Trolle)
Tranquila, ela posou para as fotos sob a sombra de uma árvore.(Foto: Mogens Trolle)

A situação, inédita na vida do biólogo, o deixou emocionado. “Eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. Nessas situações as onças geralmente fogem, mas esta não. Ficou muito calma, olhando a gente. Nos meus cinco anos na América do Sul, tinha visto a onça poucas vezes, mas nunca tão de perto”, comemorou.

Segundo Monges, o animal era um macho e teria ficado por pelo menos dez minutos, como que posando para as mais de 700 fotos que ele fez.

Desde que iniciou sua carreira na fotografia, Mogens Trolle já foi em busca do leopardo da neve no Himalaia, passou pela Etiópia, Botswana, Kenya e México. Boa parte das viagens ao lado do amigo Sami Widell, que trabalha no Jardim Zoológico de Copenhague.

Só de livros, ele já publicou cinco e tem até um artigo em agência Americana sobre sua pesquisa com o uso de câmeras automáticas, no estudo da população de jaguatiricas na região sul do Pantanal.

Na região que para ele é tão especial, o fotógrafo fica até o dia 2 de janeiro, quando seguirá em busca de outras belas imagens. “Eu acho que se eu não tivesse conhecido o Pantanal, eu não seria biólogo hoje em dia. Não manteria essa paixão pela fotografia e pela vida silvestres, há mais de 20 anos. Por isso o Pantanal tem um lugar muito especial na minha vida”, conclui.

Curta a página do Lado B no Facebook.

Beleza nos mínimos detalhes do maior felino das Américas.(Foto: Mogens Trolle)
Beleza nos mínimos detalhes do maior felino das Américas.(Foto: Mogens Trolle)
Nos siga no Google Notícias