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Comportamento

No RJ, campo-grandense fala sobre manifestações sindicais e explica confrontos

Nyelder Rodrigues | 11/07/2013 23:55

“Eram 30 mil pessoas, concentradas na região da Cinelândia, na avenida Rio Branco. Do nada, bombas começaram estourar do nosso lado e várias pessoas com os rostos cobertos com camisetas amarradas correram, aí começou o tumultuo.”

O relato de quem esteve presente em uma grande manifestação de protesto nunca pode ser ignorado, ainda mais quando tudo termina confusão, como ocorreu nas manifestações desta quinta-feira (11) no Rio de Janeiro.

Advogado, professor universitário e também em escolas nas disciplinas de Educação Física e Língua Portuguesa, Porto Vanderlei – que também já foi dirigente partidário – reside em Campo Grande, mas está no Rio de Janeiro e participou das manifestações lá.

Durante a conversa telefônica com a reportagem, Porto fez questão de ressaltar que é professor, e que participava como tal do movimento que terminou sob as ações de dispersão da Polícia Militar carioca.

Ele explica que logo ao começar a baderna, o grupo de pessoas com rostos cobertos já começaram a incendiar cabines e outros objetos, até a chegada da PM para reprimir a situação.

Cenário de guerra civil – “Vira um corre-corre e eles se misturam com a gente. Aí a PM solta bombas de efeito moral, chegada do pelotão de choque. Sobra pra todo mundo, inclusive pra mim. É uma repressão violenta, a polícia baixou o porrete mesmo. Vi um rapaz apanhando na minha frente e tive que correr para não sobrar pra mim”, conta Porto Vanderlei.

Enquanto o professor conversava com a reportagem, no início da noite, ainda era possível ouvir algumas bombas sendo explodidas na rua. “Quem veio para a manifestação foi disperso, ou por causa dos baderneiros, ou por causa do clima criado. O cenário é de guerra civil, até com helicópteros sobrevoando aqui a Cinelândia”.

Organização e comparação com Campo Grande – Apesar dos problemas, Porto ainda acredita que o movimento convocado pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) é organizado, e que os casos de confronto com a polícia ocorrem por causa de grupos contrários à manifestação, que se infiltram para sabotá-lo. “Quem estava lá para protestar, mostrou que repugnava aquela violência e baderna com gritos de ordem”, afirma.

Já ao ser indagado sobre um paralelo das manifestações do Rio com as de Campo Grande, Porto disse que as cariocas contavam com um maior aparado de mobilização, enquanto aqui, os movimentos sociais agem mais pela emoção, sem criar uma estrutura maior antes.

“Sinto que em Campo Grande somos mais amadores, fazemos mais pela emoção. No Rio são vários grupos, altamente organizados. Existe uma pauta a ser colocada ao público, um movimento preparado com antecedência. Claro que existe emoção, mas não é só ela.Hoje, foram usados palanques em movimento, contando com vários discursos de pessoas da sociedade representativas”, destacou Porto.

Além disso, ele comentou que o movimento carioca tem como principal alvo o governo estadual de Sérgio Cabral (PMDB), por causa de suas posições político-sociais, e em questões como o do uso, emprestado, do helicóptero do empresário Eike Batista. A situação é sempre lembrada em casos em que Eike possa ser favorecido pelo Estado.

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