ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  18    CAMPO GRANDE 21º

Comportamento

O corredor que mudou a vida do casal de camelôs

Ângela Kempfer | 07/12/2012 07:48
Rasteirinhas forram paredes da loja. (Fotos: Luciano Muta)
Rasteirinhas forram paredes da loja. (Fotos: Luciano Muta)
Airton, na porta da loja chama os clientes.
Airton, na porta da loja chama os clientes.

São 80 centímetros de largura, uma portinha na rua mais movimentada de Campo Grande. Quem passa apressado nem vê. Por isso o proprietário Airton Figueiredo fica em pé, em um banquinho, chamando a freguesia.

Lá dentro, a esposa Márcia Gomes atende quem vai chegando. Os produto forra as duas paredes de uma extremidade a outra, são centenas de pares de rasteirinhas multicoloridas, uma fotografia e tanto na paisagem tumultuada da 14 de Julho. “É apertadinho, mas a gente acostuma. Ali no final já tem um metro de largura”, brinca a dona.

O corredor apertadinho foi a mudança de vida para um casal de camelôs que se conheceu na rua, entre uma venda e outra. Ele, desde os 13 anos trabalha como ambulante. Ela começou um pouco mais tarde, mas também enfrentou a dureza da informalidade.

Há 4 anos uma oportunidade única surgiu, graças a camaradagem do dono de um dos imóveis da 14, justo no quarteirão mais caro do comércio central.

“Ele confiou na gente e liberou do pagamento adiantado de 3 alugueis. A gente mal tinha o do mês, mas ele foi muito gente boa e mudou nossa vida”, conta Airton.

Eles são a prova de que um gesto faz uma diferença... “A gente abriu no vermelho, mas a cada ano vai melhorando”, comemora Márcia.

O negócio do casal hoje dá emprego para a família. No Nova Lima, eles produzem os sapatos que são vendidos na loja.

Por R$ 10,00 a cliente leva um par, no máximo por R$ 20,00. Na tarde de dezembro, antes mesmo do quinto dia útil, as cinco funcionárias não param. Vira e mexe alguém entra, só ou com amigas e filhas. “O produto tem um preço popular, por isso o lucro não é grande, mas dá para viver”, diz Márcia.

Dá para viver com a família toda ao lado. Com o negócio formal, Airton conseguiu trazer os parentes do Rio de Janeiro, terra natal. “O próximo passo vai ser lançar a loja na internet”, planeja Airton.

O corredor que mudou a vida do casal de camelôs
Nos siga no Google Notícias