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Comportamento

O drama para manter na escola filhos usuários de drogas

Viviane Oliveira e Nadyenka Castro | 03/02/2013 09:41
Mãe tenta manter a filha de 16 anos na escola. (Foto: João Garrigó)
Mãe tenta manter a filha de 16 anos na escola. (Foto: João Garrigó)

Mãe de uma adolescente de 16 anos dependente química há 2, luta para manter a filha na escola. Só no ano passado foram três escolas, em uma das instituições a mãe chegou a ser obrigada a pedir transferência pelo mal comportamento da aluna. O caso da secretária de 37 anos é um exemplo do drama que muitos pais passam para tirar os filhos das drogas e faze-los frequentar o ensino regular.

Entre as constantes faltas, desinteresse escolar, e duas apreensões feitas pela Polícia por ser flagrada com droga, a adolescente acabou repetindo o 9º ano. Há 2 meses sem se drogar, ela passa por tratamento com medicação, psicólogos e psiquiatras no Caps (Centro de Atenção Psicossocial).

A mãe, que mora sozinha com a garota, conta que a filha usava maconha com frequência e inalava um pó branco, se referindo à cocaína. "Tenho fé que ela vai conseguir se livrar da dependência e voltar a se dedicar aos estudos. Se já é dífícil manter um adolescente usuário em casa imagina na escola", afirma.

A dependência química na adolescência, que cada dia tem se propagado de forma assustadora, tem preocupado pais e educadores, mas o que fazer para manter esses adolescentes na escola?

O promotor da Vara da Infância e Juventude, Sérgio Harfouche, disse que os pais são obrigados a colocar os filhos na escola, no entanto com o tempo o aluno dependente químico passa a deixar de lado os estudos por causa do uso das drogas.

Ainda conforme o promotor, 90% dos internos de Uneis (Unidades Educacionais de Internação) não querem frequentar a escola. Muitas vezes eles fogem de instituições de ensino, repetem o ano e depois vão fazer o EJA (Educação de Jovens e Adultos).

A fissura para usar droga é tanta que o aluno perde o interesse pela formação dele. São pessoas que precisam de tratamento urgente. Quanto mais cedo forem tratados mais chances terão de se livrar dessa dependência devastadora.

“A escola é obrigada a dar vaga para um aluno dependente químico. O adolescente não tem a escolha de não querer e os pais tem a obrigação de matricular e acompanhar esses alunos na escola”, afirma.

Projetos – A prevenção nas escolas é fundamental para diminuir o consumo de drogas e por consequência o número de dependentes. A Secretaria de Estado de Educação desenvolve programas de prevenção à violência e ao uso de drogas. "Saúde e Prevenção nas Escolas" é um dos programas que tem o intuito de contribuir com a prevenção a saúde do adolescente.

O outro programa é o Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência), que prepara o estudante a dizer “Não as drogas”, a violência e a tudo que leve para esse caminho.

Também são desenvolvidos nas escolas dos municípios e da Capital o programa Estudante Consciente: MS sem drogas, que será implantado este ano em Campo Grande, Corumbá, Dourados, Ponta Porã e Três Lagoas. O projeto vai orientar, dizer qual é a consequência, cuidados referentes ao tema e prevenção às drogas.

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