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Comportamento

Os e-mails "sem noção" que aparecem na mesa de quem seleciona currículos

Elverson Cardozo | 14/05/2013 06:34
Endereço eletrônico mal elaborado demonstra falta de profissionalismo. (Foto: Marcos Ermínio)
Endereço eletrônico mal elaborado demonstra falta de profissionalismo. (Foto: Marcos Ermínio)

Com a facilidade da comunicação instantânea e a interação pelas redes sociais, muitos profissionais estão conseguindo emprego sem sair de casa, pela internet. Apesar da “modernidade” e variações de entrevistas, o currículo continua a ser um “documento”. É aí que muita gente peca.

Erros grosseiros de ortografia, layout exagerado, colorido, coletânea de frases e fotos de baladas são os exemplos clássicos que geram reprovação imediata no setor de RH, mas os e-mails “sem noção”, com nomes estranhos e engraçados, se destacam.

Tem candidato que não se dá ao trabalho de criar uma conta decente e acaba divulgando aos possíveis empregadores apelidos eletrônicos para lá de duvidosos. Coordenadora de Recursos Humanos em uma empresa que divulga vagas em Campo Grande, Sandra Quadros, de 45 anos, lida com o problema de perto.

Há 7 anos na função, selecionando currículos todos os dias, se depara com cada coisa. "Já vi cheiorisinha@..., gostosinha@..., fofinha@.. e, de homem, já teve até skol@...”, revelou. A reincidência é tanta que as “criatividade exacerbada” virou tema de palestra na empresa.

O e-mail “gatinhamanhosa367x@...”, é um dos exemplos que foi parar nos slides. “É um nome comprido que não tem nada a ver”, comentou. Para a coordenadora, falta cuidado, especialmente entre os jovens, que não se preocupam com o próprio marketing pessoal.

“As pessoas não estão sabendo falar sobre si. A gente está dando consultoria por causa dessa carência que vai do ensino fundamental ao superior completa, até com pós-graduação”, afirmou.

Diversão - A dica é usar o bom senso, tão em falta hoje em dia. Não há problemas em ter um e-mail “engraçadinho”, desde que a criatividade e a ousadia não extrapolem o limite do relacionamento pessoal.

“Thibombom” é o pseudônimo, na rede, do funcionário público Thiago Alves de Assis, de 25 anos. A inspiração veio de um amor de adolescência. “Tive uma namorada, dos 16 aos 20 anos, que ela dizia que eu parecia um bombonzinho sonho de valsa, daí ficou”, disse.

"Thibombom", apelido que o funcionário público Thiago usa como endereço de e-mail. (Foto: Arquivo Pessoal)
"Thibombom", apelido que o funcionário público Thiago usa como endereço de e-mail. (Foto: Arquivo Pessoal)

Mas o “apelido carinhoso”, que virou endereço eletrônico, é usado apenas para fins pessoais, garantiu, reiterada vezes. “Qual empresa me chamaria para uma entrevista com esse e-mail? Onde ficaria minha credibilidade?”, questionou.

Para o rapaz, quanto o assunto é carreira, o profissional precisa ter todos os cuidados. “O que eu escrevo ou digo pode ser interpretado de formas diferente daquilo que eu realmente desejo passar”, disse, exemplificando.

Repórter do Campo Grande News, Mariana Lopes, é outro exemplo de criatividade. Outro dia, parte da equipe descobriu, durante uma conversa de redação, que ela usava um endereço de e-mail com nome não muito comum.

Na internet, a jovem se apresenta como “melementa@...”. “É mel e menta”, disse ela, em uma tentativa coerente de explicação. “Qual a relação com você?”, perguntei. “Então. Sei lá. É muita criatividade. Mariana Lopes é muito comum e tem muito e-mail assim”, respondeu ela.

A exemplo de Thiago, o funcionário público, o e-mail dela, embora “excêntrico”, é para uso pessoal. A serviço, em comunicação formal, a jornalista utiliza nome e sobrenome antes do provedor de acesso. Tudo certinho. Não faz niguém  passar vergonha.

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