ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 21º

Comportamento

Papai Noel não veio e avó tem difícil tarefa de responder: Será que ele existe?

Paula Maciulevicius | 25/12/2015 07:12
Beatriz com a avó Marli. Coube à ela confirmar que Papai Noel existe sim.
Beatriz com a avó Marli. Coube à ela confirmar que Papai Noel existe sim.

"Vovó, a gente precisa ter uma conversa", diz a pequena Beatriz. A avó já sabia o "teor" do diálogo e já se preparava para pensar na resposta. Bia, como é chamada a menininha, tem 9 anos e a desconfiança de que o destinatário da carta que ela escreveu não existe de verdade.

"Todo mundo estava falando e zuando. Um dava uma opinião, o outro dava uma diferente e eu queria saber", explica Beatriz Oliveira Pimenta Reis.

Entre tantos que ela questionou, resolveu levar em conta a resposta da avó. "Papai Noel existe mesmo? Foi assim que ela me perguntou e eu falei que existe", conta a aposentada Marli de Oliveira, de 70 anos. Se a desconfiança já bateu à porta, este talvez seja o último ano que a menininha vá escrever os pedidos.

Beatriz ganhou presentes, mas tinha dúvidas se algum veio de Papai Noel.
Beatriz ganhou presentes, mas tinha dúvidas se algum veio de Papai Noel.

O início da cartinha também já dá indícios de que Papai Noel, em breve, ficará só no imaginário dela. A realidade da vida sem fantasia está chegando cada vez mais perto. Depois de chamá-lo de "querido", Beatriz disse que gostaria de pedir por segurança e saúde para a sua família, sob a justificativa de que "nunca se sabe o que pode acontecer", seguido de dois DVD's e uma boneca.

A carta sumiu, misteriosamente, de onde foi colocada. "Deixei debaixo da árvore e de repente ela sumiu. Eu acho que ele veio buscar", acredita.

Para reforçar a existência do bom velhinho, a avó resolveu levar Beatriz e o irmão mais novo para encontrar e fotografar Papai Noel num dos shoppings da cidade. "Todo mundo fala que existe, mas eu só queria ter a certeza", responde a garotinha. "O que eu achei dele? Ele é um bom senhor que numa noite só entrega bastante presentes para todas as crianças do mundo. Eu disse para ele: olá, boa noite e tiramos foto", descreve Bia.

A avó que acompanha a entrevista explica, num sorriso saudosista que, o quão gostoso é ainda ver essa ilusão na neta. "Eu fazia isso com a mãe dela, punha sapatinha na janela, escrevia bilhetinho. É a coisa mais gostosa, até que um dia elas caem em si e que tudo isso é só imaginação..."

Beatriz, o irmão Heitor e Papai Noel.
Beatriz, o irmão Heitor e Papai Noel.

Mas e como falar sobre a existência do bom velhinho? Psicóloga e pedagoga, Lara Scalise, explica que a questão depende de  cada criança e família na forma de conduzir o assunto. Lara descreve que ao mesmo tempo que o Papai Noel coloca as crianças como "alienadas" também é favor delas. 

"A fantasia faz parte da criança. Precisamos entender que o amadurecimento vai tomar conta da realidade dela futuramente e o Papai Noel nada mais é do que o símbolo dessa fantasia e dessa realidade", diz a psicóloga. A idade certa? Não existe. E Lara traça um paralelo com a conversa que pais têm com as crianças quanto ao sexo.

"Quando eles chegam perguntando sobre sexo ou morte, a gente devolve essa pergunta para a criança, para saber até que ponto ela já sabe de algo e o que ela quer saber. A partir desse momento você vai dar uma resposta mais adequada. Essa poderia ser a técnica", explica. 

Como mãe, Lara também fala que a criança mesmo quem vai dizer se a hora chegou, quando ela começar a ter contato com a realidade. "Mas acreditar em Papai Noel é um estado de espírito dessa época. E se ele morre? O espírito morre junto? Dependendo da criança, ele nunca vai morrer, porque para muitos, até adultos, o Papai Noel é um símbolo de esperança, de fé e de renovação", resume. 

Curta o Lado B no Facebook. 

Nos siga no Google Notícias