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Comportamento

Para ouvir "sucessor" de Chico Xavier, pessoas esperam mais de 4 horas na fila

Aline Araújo | 10/04/2015 08:36
A palestras foi transmitida em telões, em três salas de exibição. (Foto: Fernando Antunes)
A palestras foi transmitida em telões, em três salas de exibição. (Foto: Fernando Antunes)

O que faz alguém chegar a um auditório às 15h da tarde para ver uma palestra marcada para começar às 19h30? Só uma crença enorme de que estar ali é importante.

Nessa quinta-feira, às 17h50 o auditório Manoel de Barros, do Palácio Popular da Cultura, com 1049 lugares, já estava lotado para palestra de Divaldo Pereira Franco, de 87 anos, considerado o médium mais importante do Brasil, depois de Chico Xavier.

Os auditórios Germano Barros de Souza, de 196 lugares, e Pedro de Medeiros, com 135, ganharam telões e também ficaram lotados. Quem chegou por último, teve que se contentar em ficar em pé ou sentar no chão.

Dia desses, ele foi assunto de reportagem no Fantástico, um detalhe que também reforçou a vontade de muita gente aparecer para ouvir o que o homem que mantém projetos sociais em Salvador com 160 mil pessoas atendidas em 60 anos, psicografa e fala de sabedoria tem a contribuir.

Com 87 anos Divaldo dedicou 67 ao espiritismo. (Foto: Fernando Antunes)
Com 87 anos Divaldo dedicou 67 ao espiritismo. (Foto: Fernando Antunes)

O alvoroço, com pessoas emocionadas e querendo chegar perto, ou apenas tirar um foto, já é algo comum nas aparições do baiano, que não tem um fio de cabelo branco e é reconhecido como o maior divulgador da Doutrina Espírita por todo o mundo.

Nem propaganda foi preciso fazer para garantir tamanho público. A divulgação ocorreu apenas nos centros espíritas de Campo Grande. Mesmo assim, gente até de outras cidades veio à Capital para o evento.

A dentista Ana Issa de Oliveira, de 24 anos, estava na turma dos que chegaram cedo para não perder lugar. Para esperar o inicio do evento, ela e as amigas trouxeram muito tereré. “É uma oportunidade de aprender um pouco mais com ele. Dá última vez que teve a palestra aqui, lotou, dessa vez a gente veio cedo para garantir vaga”, comentou.

A espera foi longa, Divaldo chegou e foi autografar os livros de quem havia comprado algumas das suas últimas publicações. Ao todo, o médium já publicou 255 títulos, traduzidos em diversas línguas.

Depois, conversou um pouco com a imprensa. Ele não planeja as palestras, perguntei então, como ele se prepara quando tem um evento como esse.

O auditório estava lotado. (Foto: Fernando Antunes)
O auditório estava lotado. (Foto: Fernando Antunes)

“Por hábito, eu sempre chego um pouco antes aos lugares onde vou palestrar. Às 16h me recolho para a meditação, para anular meus pensamentos. Depois eu vou sentindo o lugar, as necessidades de cada cidade, cada grupo que vai escutar”, comenta.

Perguntei também o que ele achava do fato de algumas pessoas aguardarem por mais de quatro horas pela chegada dele. “Eu sinto como se eu carregasse um pouco de luz e essa ternura das pessoas são vibrações que ajudam a seguir na minha missão”, conta.

Para a estudante Patrícia Araújo, de 35 anos, o mais legal das palestras de Divaldo é que apesar dele ser espirita, pessoas de outras religiões também se interessam em assistir. “Acho que todo mundo vem para aprender um pouco mais com ele”, comenta.

Algumas pessoas tiveram que assistir do lado de fora. (Foto: Fernando Antunes)
Algumas pessoas tiveram que assistir do lado de fora. (Foto: Fernando Antunes)

Com as três salas lotadas, a conversa começou com a citação de nomes importantes como Carl Jung, Freud, Albert Einstein, entre outros. Sem uma linearidade, para quem assistia a palestra pela primeira vez e é leiga no assunto, como eu, a dificuldade de entender o raciocínio aleatório ficou evidente. Mas questões universais acabam envolvendo.

O médium compartilhou algumas experiências de vida, arrancou algumas risadas da plateia e falou muito sobre a força do amor. “A proposta da receita do amor é psico-terapêutica. Quem ama não adoece”, afirmou. “A verdadeira preciosidade não está em ser amado, está em amar”, ensina.

Divaldo falou sobre viver em beneficio dos outros, algo recorrente entre os espíritas. “Quem não vive para servir, não aprendeu a viver”, resume e também lembrou do cuidado que temos que ter para não nos perdermos nas pequenas "coisas do ego”.

A palestra durou quase duas horas e ele encerrou com um poesia, compilando um pouco de todas essas questões universais.

Elizangela Ribeiro, de 41 anos, é professora, veio do município de Coxim, há 260 quilômetros de Campo Grande, só para assistir a palestra. Na manhã de hoje, já está voltando para casa, mas contente em ter participado desse momento, que para ela foi de "suma importância no desenvolvimento pessoal".

Divaldo ganhou uma placa de reconhecimento como visita ilustre na cidade.
Divaldo ganhou uma placa de reconhecimento como visita ilustre na cidade.
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