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Comportamento

Procurado pelo filho, homem aparece dizendo que achou felicidade ao lado de ETs

Paula Maciulevicius | 10/12/2013 06:27
Arte imita a vida ou a vida imita a arte. Rogélio deixou casa, família e uma vida em busca da felicidade. (Fotos: Cleber Gellio)
Arte imita a vida ou a vida imita a arte. Rogélio deixou casa, família e uma vida em busca da felicidade. (Fotos: Cleber Gellio)

Ele diz que viveu 53 anos procurando a felicidade e em nome dessa busca deixou um apartamento na praia para viver entre Campo Grande e Corguinho, num contato mais próximo com seres de outra dimensão. Rogélio Custódio Teixeira, de 61 anos, não dava notícias à família há mais de um ano, desde que saiu de Santos trilhando o caminho para ser feliz, perto de extraterrestres. Mais um dos capítulos de um enredo onde a arte imita a vida, ou ao contrário.

Aposentado, morando de frente para a praia, desfrutando os benefícios de anos de trabalho. Casou, teve filho e família. Nem assim, ele encontrou o que lhe faltou a vida inteira. “Eu era uma pessoa infeliz, as pessoas gostam de comprar casa, carro, e eu não achava a felicidade”.

O primeiro contato com as outras dimensões foi em 2005. Ali também foi a primeira vez que diz ter sentido a felicidade. “Não é nenhum lugar maravilhoso, mas quando eu fui embora de lá, me vi chorando, por ter descoberto, que pela primeira vez eu fui feliz na minha vida”, descreve sobre a viagem que fez à fazenda Boa Sorte, do projeto Portal, quando sentiu que aquilo era a “sua vida”. E só de relembrar, as lágrimas voltam aos olhos.

O Lado B chegou até Rogélio por intermédio da família, que enviou uma mensagem pedindo ajuda. Eles só sabiam que ele havia se mudado para Campo Grande por causa do projeto. Com o nome completo, chegamos ao endereço. A preocupação dos parentes era de que ele tivesse adoecido. Ninguém mais soube notícias desde abril do ano passado, quando pela última vez, ele contou os planos da mudança de cidade. Neste meio tempo, a mãe morreu e um neto nasceu. Tudo isso sem a alegria de Rogélio por perto.

Ao ver a equipe, ele já sabia do que se tratava, disse já ter perdoado o filho, que respondeu a um e-mail recebido e que queria conhecer o neto. É que três anos depois do convite para o que viria a abrir às portas do mundo extraterrestre, uma palestra sobre o assunto, Rogélio deixou de falar com o filho.

No peito, os símbolos que carrega do projeto.
No peito, os símbolos que carrega do projeto.

Na primeira visita a Corguinho, ele se achou e também pensou que a descoberta serviria para o filho. “Queria levar ele para um contato, só que geralmente quando chega esse momento, é uma responsabilidade muito grande. Meu filho não foi e até hoje nunca mais conversamos. Aí em 2011 eu comprei e depois vim embora para cá”.

Ao contar a própria história ele não se abate. O discurso é de alguém que acredita no que fala. Ele não toca mais no assunto familiar. Prefere dizer do compromisso firmado em salvar 15 milhões de pessoas, parte do que prega o projeto.

No primeiro contato, as pessoas vão por curiosidade, conta Rogélio. “As coisas vão te atropelando, saí de um apartamento frente para o mar para vir morar nesse fim de mundo, mas a única coisa que eu não posso perder é essa felicidade que eu encontrei aqui”, justifica.

Aos poucos, ele diz que se vai acostumando com a ideia de que os ETs não são espíritos e nem assombrações. “É simplesmente físico, palpável”. A casa, ele mantém em Campo Grande, alternando com dias de programação de acontecimentos na fazenda. A vida aqui é normal. Casa, carro, comida e televisão, de quem hoje cessou a busca por si próprio.

A família já recebeu notícias, talvez não do modo como gostariam, de ouvi-lo ou vê-lo. O discurso dele deixa claro que Rogélio encontrou o que buscou a vida toda e que ninguém vai tirar. “Só me tornei feliz assim. Tu passa uma vida achando que é emprego, casa, trabalho, carro e de repente, descobri, está aqui. Isso nunca passou pela minha cabeça, mas essa felicidade, não sai mais”.

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