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Comportamento

Rafaela passou primeiro Dia dos Pais sem Antônio e foto de abraço foi conforto

Eduardo Fregatto | 17/08/2017 06:20
Antônio e Rafaela num abraço apertado, no começo dos anos 2000. (Foto: Acervo Pessoal)
Antônio e Rafaela num abraço apertado, no começo dos anos 2000. (Foto: Acervo Pessoal)

Este ano, foi a primeira vez que a estudante Rafaela Spagnollo Donatti, de 27 anos, passou o Dia dos Pais sem a presença de Antônio, seu pai e companheiro de todas as horas. Para tentar aliviar a dor e a saudade, só mesmo revisitando as memórias felizes do passado, como essa foto que registrou um abraço entre os dois, no início dos anos 2000.

"Estávamos na chácara do meu pai, em Vilhena, Rondônia. Eu era adolescente ainda, tinha uns 14 ou 15 anos. Íamos para ajudar a cuidar, plantar ou até mesmo aproveitar as frutas que ele tinha plantado", conta Rafaela. "Eu sempre amei e ainda amo muito meu pai. O abraço dele era sempre uma forma de porto seguro para mim", completa. A imagem foi registrada de maneira espontânea, pela mãe da jovem.

O abraço, o porto seguro de Rafaela, infelizmente partiu no final do mês passado, devido a um ataque cardíaco. Antônio Claret Donatti tinha 66 anos e é descrito pela filha com uma pessoa alegre, brincalhona e sempre com uma piada na ponta da língua. "Ele tinha vários apelidos, como Toninho, Tonino, Antonino, Toin", recorda, com afeto.

O jeito feliz de Antônio rendia um carinho especial com as crianças. Nos últimos tempos, o recém-avô era apaixonado pela neta, Analua, filha de Rafaela. "Ele tinha um dom, as crianças ficavam encantadas com ele", diz a filha. "Ele sempre foi companheiro. Não tínhamos dinheiro, mas ele já fez carrinho de rolimã, balanço com pneu de caminhão e, no meu aniversário, fez um microfone de isopor, pegou uma caixa e fez um show de talentos", lembra.

Ultimamente, a interação entre Antônio com a filha e a neta acontecia por meio da internet, já que ele vivia em Vilhena e Rafaela se mudou para Campo Grande. "Pra ensinar ele a fazer vídeo chamada foi muito engraçado. Meu pai e tecnologia era uma combinação difícil".

Mesmo com a distância, a relação entre pai e filha era tão próxima que Rafaela chegou a tatuar o nome completo do pai, nas costas. E, como em qualquer família, eles tinham suas diferenças. Mas mantinham sempre uma relação de respeito e tolerância.

"Ele tinha seus pensamentos conservadores, mas eu sempre entendi que a criação dele foi diferente da minha e ele sempre entendeu e respeitou minha visão política do mundo".

Após o pai falecer, Rafaela não deixou que as lembranças positivas se apagassem por completo. "Eu cheguei no velório e eu vi que meu pai não era aquele corpo naquela sala, porque estava extremamente sério. Foi o que me acalmou. Eu sei que meu pai mesmo estava em outro local", diz a filha, com a certeza de que o pai jamais estaria de cara fechada ao invés do "clássico sorriso e risada" que sempre carregava consigo.

O Dia dos Pais foi difícil, ela admite, mas na memória fica o registro do abraço que representa a relação de amor e amizade entre pai e filha.

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