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Comportamento

Roubada, neta oferece recompensa por foto dos avós

Ângela Kempfer | 06/12/2012 07:37
Paula mostra a foto que sobrou do avô. (Fotos: Luciano Muta)
Paula mostra a foto que sobrou do avô. (Fotos: Luciano Muta)


Paula Godoy faz planos para o casamento em 2013, mas um dos principais desejos está ameaçado. Na igreja, ela pretendia exibir um pôster enorme, com a reprodução de uma foto de 1957, do noivado dos avós maternos.

Ocorre que na terça-feira ela perdeu a carteira onde guardava a imagem e agora implora ao ladrão, ou a quem quer que tenha levado, que devolva, pelo menos, a fotografia.

“Estive na sorveteria da Antônio Maria Coelho e esqueci a carteira sobre a mesa. Quando dei falta, voltei para recuperar, mas ela já tinha sumido. Fui roubada”, avalia.

Na carteira marrom, de cerca de 20 centímetros e zíper dourado, havia 80 reais, os documentos e alguns cartões, mas Paula só quer a foto. É uma imagem em preto e branco, 5x7, já “surrada” pelo tempo, mas de significado forte.

A fotografia imortalizou um dos primeiros encontros dos avós: o noivado. Ele de bigode e camisa social, ela de cabelos pretos e vestido branco, de mangas fofas.

Isidoro tinha 25 anos e Cacilda apenas 16. Os dois acabaram juntos porque tiveram o casamento arranjado pelos pais e quase não namoraram antes de subir ao altar.

Eram filhos de trabalhadores rurais, vizinhos em fazendas de Anaurilândia e já na idade para casar foram surpreendidos pela decisão alheia. “Mesmo assim eles se apaixonaram e viveram juntos a vida toda”, diz a neta.

As recordações do casal deixadas para a neta.
As recordações do casal deixadas para a neta.

O noivado ocorreu em novembro de 57, o casamento foi consumado em fevereiro de 58 e a primeira filha nasceu 9 meses depois.

Paula conviveu com os avós e também padrinhos até os 13 anos. Primeiro Isidoro descobriu um câncer e 17 dias depois morreu vítima da doença. Dois anos mais tarde, Cacilda também foi embora.

“Eles eram muito unidos, muito importante um para o outro. Por isso, logo que um morreu, o outro também partiu”, lembra Paula. Hoje ela mostra fotos do casamento dos dois, o que ficou para a família. "Mas para mim a mais significativa é a do noivado", explica.

A recordação mais valiosa do casal ficou na carteira por anos, guardadinha em um bolso interno. “Tem muito valor. Dou até recompensa para quem devolver”, apela a neta.

A mãe de Paula, Gilda, é otimista sobre o reaparecimento. “Tudo é possível”. A tristeza da filha faz aumentar a torcida. “Ela sempre foi o xodó dos meus pais, a primeira filha, a primeira neta...”, justifica.

A quem por ventura encontrar uma carteira marrom de couro e zíper dourado, Paula pede que dê uma olhadinha no bolso de dentro para verificar se está lá a foto de Isiodoro e Cacilda.

O telefone para informações é o 91023009.

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