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Comportamento

Saída da síndica põe fim à guerra de 13 anos em condomínio famoso da cidade

Paula Maciulevicius | 07/06/2014 07:11
Pé de guerra entre “ditadura da Chica” e “gangue do Amorim” chegou ao fim. Oposição assumiu condomínio no dia primeiro de junho. (Foto: Arquivo)
Pé de guerra entre “ditadura da Chica” e “gangue do Amorim” chegou ao fim. Oposição assumiu condomínio no dia primeiro de junho. (Foto: Arquivo)

A briga de anos entre síndica e alguns moradores do condomínio Eudes Costa, um dos maiores e mais antigos de Campo Grande, pode ter tido um ponto final com a vitória da oposição nas últimas eleições, realizadas este mês. O assunto já foi matéria do Lado B há dois anos, depois de um episódio de ameaça de morte durante a reunião de condomínio.

Agora, a “ditadura da Chica" - como era taxado pelos opositores o grupo da antiga administração, bate em retirada e quem assume é a “gangue do Amorim”, conforme a turma contrária. Os nomes não passavam de brincadeira entre os moradores, só que na maioria das vezes, o assunto ficava tão sério que a Polícia tinha de entrar no meio.

Francisca Assis Santos, de 68 anos, deixou o cargo de síndica do condominíno na avenida Mato Grosso depois de 13 anos de mandato. Ela era candidata, mas por três votos de diferença entregou a posição ao morador Alessando Shinohara, de 40 anos. “Eu era candidata e teve algumas coisas aí e eu não estou afim de voltar. Agora é a gangue do Amorim, ele que está lá dentro. Ele não faz parte da chapa, mas ele que está no comando”, ataca.

O síndico faz questão de frisar que a denominação “gangue” foi imposta por Francisca ao grupo que só queria saber a quantas andava o condomínio. “Somos um grupo de moradores que ficamos atrás de saber das dívidas e dos processos que envolvia os moradores e que ela não fazia menção nas assembleias. Era dívida de INSS, Águas, bombeiros, multas trabalhistas”, explica Alessandro.

Francisca afirma que fez de tudo pelo condomínio. “Campo Grande é testemunha do que eu fiz pelo Eudes Costa desde a primeira administração. Sempre tem oposição, mas falou diálogo. Se vamos competir? Vamos. Sou uma mulher realizada na vida, se eu ganhar, ótimo. Se perder, eu entrego a chave e entreguei o que eu pude, não tenho mais responsabilidade nenhuma”, descreve.

Sobre a diferença de três votos, ela detalhe que a maioria dos 250 votantes pertenciam ao quadro de inadimplentes. “Eu sempre fui taxada de rigorosa, porque não fazia exceção para ninguém. A lei do condomínio é de mamando a caducando, é para todo mundo”, fala.

Segundo Francisca, na próxima quarta-feira haverá a primeira assembleia, na qual ela não presidirá e muito menos se fará presente. “Estou desejando que façam um bom trabalho, que agora eles trabalhem, porque não tem mais com quem brigar. Eles são o condomínio, tem que estar preocupados com o condomínio”, sustenta. A ex-síndica vai se manter afastada até mesmo diante dos boatos que andam circulando. “Entrei para trabalhar, para administrar, agora o que eu deixei tem que conservar”.

A mulher ainda comenta sobre um episódio envolvendo a ex-subsíndica e o atual síndico. “Ela está proibida de entrar no condomínio”, conta.

Alessandro rebate, explicando que agora os administradores e corretores de imóveis devem, primeiro, passar pelo escritório para então serem autorizados a entrar e que ninguém é proibido. “Mas eu preciso ter uma explicação até para justificar aos moradores se perguntarem quem são aquelas pessoas e o que estão fazendo ali”. O impasse entre ele e a ex-subsíndica virou registro de boletim de ocorrência na delegacia.

“A gente conseguiu no último dia primeiro. Vencemos a Francisca de forma limpa no processo eleitoral. A nossa proposta é trazer transparência ao condomínio. Nós queremos trazer saúde financeira. Há anos não havia prestação de contas e tudo o que saía era do bolso dos condôminos e a gente queria saber. Esta é a primeira coisa, é a nossa linha frente, a transparência”, resume o síndico de agora.

A história pelo visto continua e ainda vai dar muito pano para manga.

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