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Comportamento

Saudade da última década, das brincadeiras de criança

Elverson Cardozo | 26/11/2012 09:00
Colônia de férias. (Foto: Divulgação/Arquivo)
Colônia de férias. (Foto: Divulgação/Arquivo)

A maioria não quer nem saber do passado. Com tanta tecnologia disponível, as crianças “de hoje”, como muitos costumam dizer, já nascem conectadas. Mais fácil e prático trocar o “pega-pega” pelo computador, a queimada pelos jogos eletrônicos e o “esconde-esconde” pelo bate papo na internet.

Mas quem viveu em outro tempo, o das verdadeiras brincadeiras, as “manuais”, lembra com certo saudosismo da época em que a diversão passava longe da rede, das facilidades, do perigo e distanciamento proporcionado pelo mundo virtual.

Diversão era sair na rua, voltar para casa todo sujo, com o pé esfolado de tanto jogar bola. Era pular até cansar, correr até ter a sensação de que o coração estava prestes a sair pela boca.

Para meninas, alegria era pular amarelinha, elástico, brincar de passa-anel, de “Adoleta Le Petit Petit Polá...”. Os meninos esfolavam a mão no bafo, viviam perdendo as bolitas e as pipas nas competições improvisadas no campinho, em dias de sol a pino.

Até as promoções, que fizeram a diversão da garotada, são lembradas com saudade. Quem não se recorda dos “gelo-cósmicos” da Coca-Cola, aqueles bonequinhos que brilhavam no escuro, que viraram febre entre os adolescentes? E do bate-bate? Do ioiô?

Mas não ficava só nisso. Na década de 90, a tecnologia dos primeiros celulares que chegaram ao Brasil garantiu a felicidade de muitos adolescentes, que se achavam verdadeiros competidores quando alcançavam o recorde no “snake”, o jogo da cobrinha.

Ana Flávia e Gabriela, a filha de 1 ano. (Foto: Simão Nogueira)
Ana Flávia e Gabriela, a filha de 1 ano. (Foto: Simão Nogueira)

“Era massa”, comenta Josiane Domingos, de 15 anos, que nasceu nesse universo e já usufrui dos benefícios da internet móvel. “Eu posto tudo pelo celular”, disse, ao revelar que é uma das viciadas em Facebook.

Mãe de um casal, a operadora de caixa Ana Flávia Fonseca, de 24 anos, é da época em que as brincadeiras aconteciam na rua, no quintal de casa. Hoje, do outro lado, ela faz questão de proporcionar momentos iguais à Gabriela, de 1 ano e 5 meses e Guilherme, de 5 anos, que adoram frequentar parquinhos.

Dona Lenine acredita que falta conscientização. (Foto: Simão Nogueira)
Dona Lenine acredita que falta conscientização. (Foto: Simão Nogueira)

As "novas" brincadeiras, avaliou, são bem diferentes. “Com 10, 11 anos, não querem mais saber. Já estão namorando, saindo”, disse.

A avó, Lenise Fonseca, de 52 anos, pensa da mesma forma e acredita falta conscientização, que deveria partir de casa e ser reforçada nas escolas. “Hoje está bem evoluindo. A criança com 10 anos já está namorando. Não brinca mais”, afirmou. “Tem muitas adolescentes grávidas”, completou.

No passado recente, da última década, tudo era mais simples, mas parecia mais real, inocente, como a idade sugere. As garotas não se importavam em pentear e arrumar bonecas até a adolescência. Os meninos passavam o tempo à procura da última figurinha que faltava para o álbum.

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