Sem saber o que vão fazer e onde ficar, ansiedade toma conta de voluntários
Eles ainda não sabem o que fazer e nem onde vão ficar instalados, mas a falta dessas informações não tira a ansiedade e a expectativa positiva de jovens campo-grandenses em servir como voluntários na Jornada Mundial da Juventude, que acontece entre os dias 23 e 28 de julho, no Rio de Janeiro.
Isso porque eles embarcam para a capital carioca no próximo dia 15, quando a maioria dos voluntários irá passar por um treinamento que acontece até a véspera do evento.
Aos 19 anos, a estudante Isabela Lopes Fonseca Conchal participa de uma Jornada Mundial da Juventude pela primeira vez e o sorriso sempre estampado no rosto anuncia o entusiasmo dela com a proximidade da data do embarque.
Com pouca certeza, mas com muita fé, Isabela arrisca um palpite da área na qual ela deve trabalhar. “Acho que fui selecionada para parte cultural e devo servir como interprete de libras, pois me inscrevi para isso”, confia a jovem.
Cada voluntário pagou uma taxa de R$ 300 para ficar os 15 dias no Rio de Janeiro, com direito a alojamento, alimentação e locomoção. “Tem gente que vai pagar este valor para ficar só o final de semana, então está bom”, pontua o estudante Thiago Mandetta, 18 anos, que já foi escalado como voluntário para a JMJ.
Ele se inscreveu no ano passado e também não sabe ainda o que vai fazer e onde vai ficar hospedado, mas a mala e o saco de dormir já estão na lista de itens a serem providenciados com prioridade para a viagem. “Eu só sei que vou”, diz o jovem, com bastante animação.
Thiago está mais preocupado em conseguir “enxugar” a quantidade de roupas, pois a orientação aos voluntários e peregrinos é de que não deixem seus pertences nos alojamentos, pois a organização da jornada não se responsabilizará pelos acessórios pessoais dos participantes.
Ele também está se preparando psicologicamente para dormir por 15 dias dentro do espaço limitado de um saco de dormir. “Não tenho nem esperança em conseguir um colchão, o saco está entre os itens que temos que levar”, diz Thiago.
Mas enquanto o dia de embarcar não chega, o jovem se dedica em se preparar espiritualmente para a missão que irá assumir. “Há um mês estou tentando fazer terço e missa diários”, comenta.
RCC na JMJ - O único que sabe onde vai ficar alojado é o estudante Elvis Patrik Moraga Silveira, 28 anos, que irá representando a RCC (Renovação Carismática Católica) de Campo Grande. Ele é namorado de Isabela, mas os dois devem ficar em lugares separados e exercer funções bem diferentes.
Elvis fará um “trabalhinho extra” no Rio de Janeiro, junto com aproximadamente 2 mil missionários. Ele ficará em uma escola, no bairro Deodoro, zona Oeste da cidade.
“Nos dias que antecedem a jornada, vamos sair de dois em dois e ir até aos bairros mais afastados, morros, áreas de conflitos, levando o evangelho aonde geralmente ninguém quer ir e onde as atividades da jornada não vão chegar”, explica o jovem.
Quando começar a Jornada Mundial da Juventude, os voluntários em missão pela RCC do Brasil todo estão responsáveis por fazer o cordão de isolamento do papa Francisco.
Missão – Contudo, eles enxergam a oportunidade como uma verdadeira missão evangelizadora e partem para o Rio de Janeiro como soldados do exército de Cristo. “O nosso é objetivo é comungar o Jesus que está no mundo todo”, ressalta Isabela.
O namorado dela, Elvis, complementa. “É um chamado da igreja e estamos indo para mostrar a força da juventude católica no mundo, vamos provar que tem como ser jovem de uma maneira saudável, sem excessos”, resume.
