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Comportamento

Traduzida do inglês, cerimônia com caixão e espadas homenageia médico morto

Paula Maciulevicius | 02/11/2016 18:56
Copiada da Igreja Anglicana, padre e maçons se reuniram ao redor de um caixão aberto para comemorar o "dia da lembrança". (Foto: Marina Pacheco)
Copiada da Igreja Anglicana, padre e maçons se reuniram ao redor de um caixão aberto para comemorar o "dia da lembrança". (Foto: Marina Pacheco)

O salão do cemitério Memorial Park parou por minutos na tarde deste Dia de Finados para uma homenagem aos que já se foram. Copiada da Igreja Anglicana, padre e maçons se reuniram ao redor de um caixão aberto para comemorar o "dia da lembrança" e ainda homenagear o médico e maçom, Carlos Vinícius Pistóia, morto com um tiro no peito em março deste ano. 

Padre da igreja Vétero-Católica, Jenner Ramão de Oliveira, foi quem comandou a celebração denominada de "interdenominacional", que reuniu maçonaria e a religião espírita. "Copiei da Igreja Anglicana, traduzi a cerimônia que nada mais é do que o dia da lembrança, onde então nós não cultuamos os mortos, mas lembramos", explica.  

Com um caixão ao centro do salão, guardado por dois "anjos" acompanhados de espadas, a cerimônia tem leituras em conjunto e orações, além do desejo de que aqueles que já se foram caminhem para a eternidade. Os nomes lembrados na cerimônia foram lidos em voz alta. "Nos reunimos aqui para explicar que a vida é eterna e a maçonaria prega muito isso", completa o padre.

Simbolismos da igreja e da maçonaria dentro do caixão. (Foto: Marina Pacheco)
Simbolismos da igreja e da maçonaria dentro do caixão. (Foto: Marina Pacheco)
Vela acesa para iluminar o caminho dos que já se foram. (Foto: Marina Pacheco)
Vela acesa para iluminar o caminho dos que já se foram. (Foto: Marina Pacheco)

Na cabeceira do caixão estava uma bíblia e dentro dele, o avental, compasso e espada, que numa versão bem resumida, é o que direciona a vida de um maçom. "Por que colocamos aqui dentro? Porque a vida deles, dos que já partiram, foi completa. Agora começou outra caminhada, que é a de luz e por isso acendemos uma vela ao final da cerimônia", descreve o padre.

Maçom, José Alves Nogueira, explica que a cerimônia carregada de simbologia é só lembrança e saudade. "Momento de recordar os irmãos, todos os anos temos trabalhado neste sentido. Viemos aqui, evocamos os nomes deles e lembramos, até porque acreditamos que isso pode ajudá-los a ter um pouco de paz", justifica José. 

Para os espíritas, a data é considerada o "dia da saudade". "Aqui se reúnem várias correntes filosóficas e religiosas, existem pelo menos sete do que se acontece: desencarna, volta a uma alma universal ou segue dormindo até o juízo final e para nós, conviver com essas correntes de pensamento é uma fase da compreensão da verdadeira vida", ensina Landes Pereira. 

A cerimônia foi aberta ao público e terminou com uma homenagem ao médico. "Ele partiu num momento de desespero e está à caminho da luz. Pistoia vá em paz e que o seu caminho seja iluminado", frisou o padre. 

A cerimônia foi aberta ao público e terminou com uma homenagem ao médico Carlos Pistóia. (Foto: Marina Pacheco)
A cerimônia foi aberta ao público e terminou com uma homenagem ao médico Carlos Pistóia. (Foto: Marina Pacheco)
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