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Comportamento

Vira-lata não andava, foi condenado, mas ganhou torcida e dona determinada

Elverson Cardozo | 09/04/2015 06:56
Juquinha com pose galã. (Foto: Alcides Neto)
Juquinha com pose galã. (Foto: Alcides Neto)

Fábia Ferreira, de 30 anos, uma publicitária de Campo Grande, não quer aparecer, porque a estrela desta matéria é Juquinha, cachorrinho sem raça definida, o famoso “vira-lata”, que ela adotou há 2 meses.

Quando o conheceu, durante uma viagem ao sítio da sogra, em Itaporã, a 227 de Campo Grande, o cão eram o único entre os quatro irmãos recém-nascidos que não andava e nem levantava a cabeça.

Nasceu assim, com os nervos atrofiados, e logo foi sentenciado de morte por alguém que, muito provavelmente, não viu nele esperanças. A publicitária, ao contrário, enxergou vida no pequeno vira-lata preto com manchas marrons e o trouxe para casa, no bairro Piratininga.

Foi o início de uma breve e gratificante trajetória rumo à recuperação, que durou, para alegria de todos, apenas um mês. Juquinha chegou à Capital como foi encontrado: travado. Com a cabeça sempre rente ao chão, ele apenas se arrastava. Comida tinha que ser na boca. Água também. “Eu ficava segurando a cabecinha dele e colocava dentro da vasilhinha”, conta Fábia.

Cachorro recuperou movimentos e hoje é o mais arteiro do quintal. (Foto: Alcides Neto)
Cachorro recuperou movimentos e hoje é o mais arteiro do quintal. (Foto: Alcides Neto)

A evolução em vídeo - Confiante, ela acreditou na recuperação do cachorro desde o primeiro dia e, por isso mesmo, a partir do segundo, começou a gravar os principais passos do animal, sempre o estimulando.

O registro carinhoso, que virou uma espécie de diário em vídeo, foi parar no Facebook e Juquinha logo ganhou torcida na rede. Com uma semana, o cãozinho respondeu aos estímulos e, pela primeira vez, levantou a cabeça. “Eu nem acreditei. Ele estava dentro de uma caixa”, relembra.

O passo seguinte foi uma visita à veterinária, que explicou sobre a atrofia muscular, tranquilizou a tutora e recarregou as esperanças dela. No consultório, o pequeno teve as patinhas imobilizadas e ligadas uma a outra por uma faixa que forçava a caminhada, já que um membro arrastava o outro.

Isso ajudou bastante, mas um vídeo enviado por uma amigo fez a publicitária ter outra ideia. Canaletas de concreto foram utilizadas como “corredor de caminhada” para o animal, que se via obrigado a percorrê-lo para chegar até a ração.

Aos pés da tutora, Juquinha descansa tranquilo. (Foto: Alcides Neto)
Aos pés da tutora, Juquinha descansa tranquilo. (Foto: Alcides Neto)

O exercício funcionou como fisioterapia e ajudou a fortalecer os músculos do animal. Também teve a fase de “treinamento” na água. O desafio seguinte foi caminhar sozinho, mas o piso deixava tudo mais escorregadio. O tapete antiaderente foi, então, adotado.

Este, no entanto, foi o último recurso usado antes do cão se levantar e caminhar sozinho. Tudo ocorreu em um mês. Hoje, Juquinha é um cãozinho normal. Brinca e pula como qualquer outro e se dá muito bem com Juca, vira-lata que já comandava o espaço antes dele chegar e que lhe inspirou o nome.

Faltam palavras para Fábia descrever o que sente com tudo isso, mas ela tenta: “É muito gratificante e gostoso você ver a progressão de um animal que estava, aparentemente, com a morte decretada. É uma coisa que não tem explicação. É uma alegria tão grande que o coração se enche e a gente fica toda orgulhosa do cachorro.

A evolução da recuperação do animal foi registrada em vídeo. Assista:

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