ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 24º

Comportamento

Com placa de vende-se, gramofone desperta curiosidade e nostalgia

Aline dos Santos | 28/07/2012 13:15
“Minha mãe pensou em dar para alguém, mas resolvi vender", diz Fábio. (Foto: Rodrigo Pazinato)
“Minha mãe pensou em dar para alguém, mas resolvi vender", diz Fábio. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Com uma ideia na cabeça e um gramofone nas mãos, Fábio da Silva se juntou à paisagem no cruzamento das ruas 15 de Novembro e Padre João Crippa, em Campo Grande.

O equipamento musical, herança da avó, provoca curiosidade e lembranças para quem avista a cena. “Para um monte de gente e pergunta. Pessoa mais nova, mais velha”, conta.

A mais tentada a levar o gramofone foi uma senhora, para lembrar os tempos da juventude. Mas, como os demais interessados, desistiu ao saber do preço: R$ 800.

Já Fábio promete não desistir. “Vou voltar amanhã”, garante. Apesar de não ter muito movimento, o ponto de venda foi escolhido pela facilidade de vagas, caso algum motorista resolva parar.

Auxiliar de manipulação de medicamentos, ele aproveita o fim de semana para tentar a sorte como vendedor de gramofone. O rapaz de 25 anos mora no bairro Guanandi e usa o transporte coletivo para chegar ao Centro. O aparelho, embalado em um saco de lixo, é carregado no muque.

Acionado pela manivela, o gramofone funciona e uma música de tempos idos, vinda de um disco de 78 rotações, chega aos ouvidos. Segundo Fábio, o objeto é de 1910. A antiguidade foi encontrada na casa de dona Sebastiana, avó do rapaz. Mãe de 18 filhos, ela morreu há dois anos, quando beirava os 90 anos.

“Minha mãe pensou em dar para alguém, mas resolvi vender”, conta Fábio. Ao falar da intenção de ir para rua com o gramofone para a família, recebeu duas únicas palavras: boa sorte. E é com ela que o vendedor espera contar amanhã, na segunda investida para vender o aparelho.

Nos siga no Google Notícias