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Comportamento

Happy hour em sex shop ensina como a vida é divertida sem pudores

Ângela Kempfer | 21/09/2011 11:06
Prateleira de produtos no Labareda.
Prateleira de produtos no Labareda.

Em uma noite, depois do trabalho, amigas se reúnem em um happy hour no sex shop Labareda, em Campo Grande. Quem chega com preconceito de que o lugar é pura depravação, descobre um lado bem mais educativo, apesar da infinidade de pênis de borracha, algemas e brinquedinhos eróticos espalhados por todas as prateleiras, ao alcance da mão, que a princípio provocam gargalhadas nervosas.

O tom de voz sereno entre as atendentes e a postura “chique” da gerente da loja acabam com o desconforto. O frisante oferecido de graça as clientes também ajuda. A experiência fica mais rica a cada “ensinamento” da personal sex, Karina Brum.

Ela é a alma do negócio. Direta, mas sem perder a classe, a loira, alta, sorridente e muito engraçada nas sutilezas, envolve o grupo mostrando que o sexo pode ser simples e a parte mais divertida da vida, além de mudar comportamentos que atrapalham não só o casal, mas complicam a forma de enfrentar a rotina em todos os aspectos. É a leveza como filosofia.

Fantasias ao alcance das mãos.
Fantasias ao alcance das mãos.

A reportagem não é para os mais conservadores, porque é preciso usar palavras que normalmente deixam ruborizados os “tímidos”. Mesmo assim, muitas das frases ditas durante o happy hour sex são impublicáveis. Também não serão escritos os nomes de nenhuma das participantes, em respeito à privacidade.

A experiência para as 14 amigas, grupo com idades entre 20 e 42 anos, começa pelo setor de lingeries e fantasias. É só passar os olhos pelas araras e em minutos duas já estão dentro dos vestiários experimentando espartilhos pretos, vermelhos, de tons românticos ou combinações com estampa de oncinha.

As peças encantam quem veste e quem apenas olha. “São lindas, deixam o corpo muito sensual, mas sem ser vulgar”, avalia uma das meninas.

Os preços não são dos menores, começam na casa dos R$ 100,00 e seguem até os R$ 700,00, mas os cortes são perfeitos.

Prestes a viajar com o namorado, a advogada compra 2 peças, depois de muita dúvida, mas com o apoio da torcida. “Vai fazer a diferença”, ri a amiga.

“Isso aqui solta a gente. É dessas coisas que a vida tem de ser feitas, de diversão, de beleza. Tem pudores que só produzem pessoas duras, chatas”, conversa uma das mais jovens do grupo.

Mas apesar do desprendimento, ninguém escolhe uma das fantasias para levar para casa. São roupas de fetiches conhecidos, como de enfermeira, doméstica e policial.

Na sala ao lado, há jogos de cartas e dados, plugs, vibradores acionados por controle remoto ou comando de voz, estimuladores, objetos infláveis e próteses.

As amigas sentam e passam a ouvir Karina, que entre a apresentação de como funcionam os produtos, também conta histórias, a maioria de clientes – homens ou mulheres, que redescobriram o prazer depois de uma comprinha no sex shop.

"Gente, são 12 mulheres para um homem em Campo Grande, a concorrência é muito grande. Alguma coisa a pessoa tem de fazer para se destacar", aconselha Karina.

Um dos principais ensinamentos da personal sex é “nunca diga que não gosta de alguma coisa SE nunca fez esta coisa! Quem faz isso é menina mimada...Prove...Se não gostar, explique seus motivos e encontre soluções práticas e inteligentes para agradar a pessoa amada”. O conselho é parte de um manual de etiqueta sexual que Karina ainda pretende lançar.

Apesar das gracinhas, como uma cabra inflável, de R$ 170, ou um patinho para um banho com mais prazer, os produtos da boutique erótica são bem aplicáveis, nada agressivos.

Karina, a alma do sex shop.
Karina, a alma do sex shop.

Também há literatura erótica, cosméticos, perfumaria afrodisíaca e o curioso. Por R$ 125,00, por exemplo, um anel peniano é vendido para garantir o prazer do casal, com alguns detalhes tecnológicos. Vem com um cronômetro que marca o desempenho na cama e a quantidade de calorias gastas.

A amiga tímida no dia-a-dia é mais uma das boas surpresas da noite para as outras. Com firmeza, faz perguntas que demandam coragem, sobre vontades do marido que ela quer atender, mas não sabe como.

Com naturalidade, Karina responde e a lição parece servir para todas. Uma questão leva à outra, tudo é solucionado a respeito de sexo e a turma sai do sex shop com vários produtos para experimentar, provavelmente ainda naquela noite.

Para quem quiser experimentar o happy hour, as sessões são marcadas com 15 dias de antecedência, sem qualquer custo ou obrigação de comprar. Também há cursos de striptease e massagem.

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