ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 24º

Comportamento

Na era do descarte fácil, conserto de panelas dá dinheiro no Vilas Boas

Ângela Kempfer | 03/07/2012 08:04
Mazinho mostra dezenas de panelas esperando o conserto. (Fotos: Minamar Júnior)
Mazinho mostra dezenas de panelas esperando o conserto. (Fotos: Minamar Júnior)
Fachada tem a placa com os telefones aos interessados.
Fachada tem a placa com os telefones aos interessados.

Há 5 anos um amigo deu a ideia e Mazinho (o único nome pelo qual é reconhecido) não pensou duas vezes: passou a consertar panelas.

Já era como um patrimônio do bairro Vilas Boas, em Campo Grande, onde trabalha há mais de 25 anos, e só reforçou a imagem de “faz tudo”.

“Eu sempre arrumava as coisas, mas decidi aproveitar a conveniência para fazer um ponto de consertos”, explica o senhor de 69 anos, que o batismo deu o nome de Omar Xavier da Silva. “Maza é um apelido da infância, nem sei como surgiu”, desconversa.

O comércio de produtos ficou em segundo plano e os serviços tomaram conta do pequeno salão. “Não venço de tanto serviço que aparece”, lembra o proprietário mostrando caixas e mais caixas de panelas e tampas.

Os preços começam em R$ 10 e seguem subindo até valores em casos de panelas industriais. “Esta aqui vou cobrar 80 reais”, diz ao exibir uma panelão enorme.

Apesar de hoje em dia ser muito fácil produzir lixo e substituir uma panela quebrada por aquele último modelo, lindo, há quem não desista da panela velha.

“Elas são melhores, mais resistentes, trouxe duas para consertar, uma de pressão e outra para colocar alça. Não tem porque jogar fora”, conta o cliente Juarez, um dos mais assíduos.

É só Mazinho abrir as portas que os fregueses começam a aparecer. Ao meio-dia de um domingo, pronto para colocar algumas mesas na calçada para explorar o lado mercearia, Silvio aparece com três alicates e uma torneira, mais material para Mazinho dar um jeito. “Ele é pau para toda obra”, justifica.

De alicate de unha à panela de pressão, o homem arruma. E os pedidos não são apenas do bairro, garante. “Tenho clientes da cidade toda e até de Ponta Porã e Corumbá. É gente que me procura sempre para consertos”.

Nos siga no Google Notícias