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Comportamento

No dia do gaúcho, histórias de quem deixou o Rio Grande para viver em MS

Elverson Cardozo | 20/09/2012 17:15
Solenidade realizada durante as comemorações da semana farroupilha. (Foto: Divulgação/CTG Tropeiros da Querência)
Solenidade realizada durante as comemorações da semana farroupilha. (Foto: Divulgação/CTG Tropeiros da Querência)

Eles representam 1,75% da população de Mato Grosso do Sul. Estão longe de casa há anos, mas não deixaram de lado as tradições características da região sul do país. Hoje, data em que se comemora o início da revolução farroupilha, ocorrida há 177 anos, as atenções se voltam a eles, os gaúchos, que conquistaram reconhecimento e respeito, ajudando a fundar cidades e a cunhar uma cultura de misturas no Estado.

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) - elaborado em 2009 e tendo como base a população residente - apontam que há aproximadamente 43 mil gaúchos vivendo no Estado.

O empresário do setor de prestação de serviços, Robinson Souto, de 41 anos, chegou à Capital há 25 anos, em 1987, atraído pelas oportunidades que a região apresentava.

Aqui, Robinson casou, teve filhos e se estabilizou. Hoje, não pensa em voltar a Passo Fundo (RS), cidade onde nasceu, porque, como tantos outros, é apaixonado pela cidade Morena. “Eu só vejo gaúchos chegando, mas não indo embora”, comentou.

História - Para o empresário, esta quinta-feira é mais que o “dia do gaúcho”. Representa a vitória de um povo desbravador que está sempre em busca de novos caminhos.

E foi em busca de oportunidades que os gaúchos chegaram a Mato Grosso do Sul, por volta da década de 60, explicou. O início foi na região sul, em municípios como Maracaju e Dourados.

Depois, atraídos por “terra boa”, chegaram a São Gabriel do Oeste e Chapadão do Sul. A erva mate cultivada na fronteira era só um dos atrativos da região vista como como promissora. O principal motivo, relembrou, foi a agricultura e pecuária.

As prendas durante apresentação no CTG. (Foto: Paula Vitorino)
As prendas durante apresentação no CTG. (Foto: Paula Vitorino)

Em Campo Grande, a presença de gaúchos se tornou mais intensa a partir dos anos 70. “Já existiam muitos aqui, mas quando se tornou Capital houve uma migração do povo gaucho para cá pelas notícias de um estado novo”, afirmou.

“Para qualquer cidadão brasileiro que queira viver com qualidade de vida é uma cidade com uma estrutura urbanística muito boa, com estrutura, onde se pode criar os filhos não tendo tanta preocupação como em grande metrópole”, avaliou, ao dizer, ao dizer que, além desse fator, Campo Grande tem uma das maiores e melhores colônias gaúchas do país.

Tradição - A secretária executiva e diretora artística do CTG (Centro de Tradições Gaúchas) Tropeiros da Querência, Fátima Tumelero, de 33 anos, ressalta a importância da data e diz que as comemorações realizadas pelas colônias instaladas na cidade ajudam a manter viva a cultura do sul do país.

“É muito importante para o gaúcho. É uma maneira de você, mesmo estando fora do Estado, manter a tradição”, disse. “Uma forma de matar a saudade”, acrescentou.

A entidade é uma das três existentes em Campo Grande e conta com cerca de 100 associados, a maioria gaúchos, mas há simpatizantes também, explicou.

Jantar - Hoje, o CTG Tropeiros da Querência vai comemorar o dia do gaúcho com um jantar que vai encerrar as atividades da “semana farroupilha”, que começou no domingo (16). A festa começa a partir das 20h. Ingressos, para homem e mulher, custam R$ 15,00

Em dias de apresentações, cada detalhe é cuidadosamente pensado. (Foto: Paula Vitorino)
Em dias de apresentações, cada detalhe é cuidadosamente pensado. (Foto: Paula Vitorino)

No cardápio, o churrasco – item sagrado -, carneiro ensopado, arroz, mandioca e salada. “Se não tiver churrasco não é festa gaúcho”, brinca a diretora, ao comentar que a boa música também não pode faltar.

Mas, apesar disso, não há atrações agendadas. “Dentro do CTG um toca gaita, um toca violão, um canta...”, justificou, acrescentando que o improviso, no final das contas, fica melhor que o planejado.

As festas comemorativas são realizadas desde a fundação do Centro – que foi inaugurado em 1990 - e continua a reunir muita gente. No ano passado, durante uma semana, aproximadamente 700 pessoas passaram pelo local.

Serviço - O CTG fica na rua Miguel Sutil, 455, no bairro Vilas Boas, em Campo Grande. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 3341-1810 ou pelo celular 9238-0039.

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