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Comportamento

Os Hawaianos visitam fã na AACC e fazem da tarde quase um baile funk

Marta Ferreira | 10/11/2011 18:09
Os Havaianos fazem a surpresa para Marcos. (Foto: João Garrigó)
Os Havaianos fazem a surpresa para Marcos. (Foto: João Garrigó)

O sonho do garoto Marcos, de 10 anos, de conhecer o grupo Os Hawaianos, se realizou nesta tarde. Mais que isso, transformou a sede da AACC (Associação dos Amigos das Crianças com Câncer) em um baile funk improvisado, onde não faltou emoção.

Emocionado ficou o garoto ao ver o grupo preferido ir ao encontro dele. Emocionados ficaram os artistas, pela experiência inédita para eles.

Yuri, visivelmente tocado pela recepção calorosa, contou que o grupo já havia ido a orfanatos e entregue cestas básicas a famílias das favelas cariocas, mas que a visita a crianças em tratamento contra o câncer foi uma novidade. “Sem palavras”, repetiu algumas vezes.

Marcos dança com os funkeiros em dia de festa na AACC.
Marcos dança com os funkeiros em dia de festa na AACC.

Tarde feliz - Para o menino Marcos foi uma surpresa que ele traduziu, por escrito, com uma palavra curta, simples e significativa: “feliz”.

Foi por escrito porque Marcos está com a voz fraquinha, como consequência das seções de radioterapia para combater o câncer no fígado e no rim. A doença já se manifestou também na cabeça, mas foi combatida com as seções de quimioterapia e radioterapia. “A médica falou que vai operar do fígado, mas tem que esperar um pouco mais", contou a mãe, Elicena.

Sem poder falar muito, Marcos se expressou com o corpo, em sua natural timidez. Dançou, abraçou os Hawaianos, usou o pesado colar de um deles, vestiu a camiseta que ganhou e brincou com outro presente, o boneco João Sorrisão, personagem de uma das músicas do grupo de que ele mais gosta.

Darlan deixa "autógrafo" na camiseta de Tonzão.
Darlan deixa "autógrafo" na camiseta de Tonzão.

Bailinho - No auditório da AACC, a alegria de Marcos foi também a de Darlan, 5 anos, Carol, 12 anos, Lizandra, 10 anos.

Batalhadores contra o câncer, essas crianças viram os dançarinos fazerem uma apresentação só para elas. “Eu gostei, você gostou, tia?" , pergunta Lizandra, uma das mais animadas na “pista” de dança.

Ela tem motivo, mesmo, para ser assim. Lizandra teve um tumor no cérebro aos 4 anos, e, com o tratamento, passou por ele. Hoje, faz a chamada manutenção, a cada 28 dias, quando vem de Anastácio para Campo Grande.

A mãe, Aneli Maria de Sousa, de 29 anos, assiste, com um meio sorriso, a filha dançar em meio aos funkeiros conhecidos só da televisão e da internet. “Eu não acreditei quando falaram que eles vinham. Mas eles vieram mesmo”.

Ela responde aos críticos do grupo, com um balançar de cabeça em sinal negativo. "Eles trazem alegria para ela, ela fica mais animada para o tratamento, é isso que importa".

Para Darlan, que mora em Corumbá e se trata em Campo Grande, foi uma tarde bem diferente. De máquina fotográfica em punhos, registrou tudo. E inverteu os papéis. Em vez de pedir autógrafo, foi ele quem deixou sua marca, com as letrinhas tremidas da infância, na camiseta de Tonzão.

“É um sentimento puro esse que vem das crianças”, traduziu o dançarino-cantor, enquanto atendia os diversos pedidos de autógrafo em papéis e camisetas.

Tonzão diz que o grupo sabe da influência que tem nas crianças e, por isso, procura produzir canções que elas também possam ouvir, em meio a algumas com conteúdo adulto. "Elas ficam encantadas mesmo é com os movimentos de dança", afirma.

Durante a entrevista, os integrantes do grupo cantam, para definir a mensagem que querem deixar. "Mas nossa arma é o microfone e a munição é a voz", diz o trecho de "Eu sou brasileiro".

Na visita de hoje, Os Hawainos vestiram a camiseta da AACC e autografaram outras, que vão ser leiloadas para arrecadar fundos para a entidade, que sobrevive de doações para dar apoio a crianças em tratamento contra o câncer, principalmente, as que vêm do interior, que ficam hospedadas na sede da Associação, na avenida Ernesto Geisel.

O grupo está em Campo Grande para show no Ginázio Guanandizão, nesta noite. É a terceira vez que eles se apresentam na cidade.

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