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Consumo

À espera de Bibi, mãe transforma angústia de gravidez arriscada em lacinhos

Paula Maciulevicius | 19/04/2015 08:13
Mãe fez da angústia um negócio e os laços foram uma forma de ela trabalhar, sem perder o crescimento de Bibi. (Foto: Fernando Antunes)
Mãe fez da angústia um negócio e os laços foram uma forma de ela trabalhar, sem perder o crescimento de Bibi. (Foto: Fernando Antunes)

Lá em 2012, quando Juciane Correia Vanderley Tutes, de 29 anos, terminou Enfermagem é que essa história começa. Enquanto iniciava o cursinho para tentar Medicina, ela já casada engravidou sem ter planejado. Era maio quando os amigos e familiares vibraram com a notícia, mas depois de um sangramento, a ultrassom realizada logo em seguida, a pedido do médico, já mostrava que o bebê não tinha mais os batimentos cardíacos.

Quatro meses depois, com o aval do médico, ela engravidou de novo. "Tudo o que via passou a ser mulheres grávidas na rua, em frente de casa. Onde eu ia, tinha", recorda. Dessa vez, com receio, ela e o marido contaram só para os familiares mais próximos. Mas de novo, na quinta semana, a gestação foi interrompida. 

"Marquei então consulta num médico de gravidez de risco, até me lembro da data, dia 25 de outubro, eu já estava me sentindo diferente. Cheguei lá grávida", conta Juciane. A gestação dessa vez passou das cinco semanas, mas com diagnóstico de trombofilia. Diariamente, a futura mamãe tomava uma injeção. "Era todos os dias da gravidez e 45 dias depois do nascimento. Se eu não tomasse, perdia o bebê. Toda hora que ia ao banheiro, eu já achava que ia perder o bebê", descreve.

A gestação dessa vez passou das cinco semanas. Hoje Bibi tem 1 ano e 9 meses. (Foto: Fernando Antunes)
A gestação dessa vez passou das cinco semanas. Hoje Bibi tem 1 ano e 9 meses. (Foto: Fernando Antunes)

O medo de que se repetisse um aborto espontâneo, fazia com que ela só pensasse nisso. Até que no finalzinho do quarto mês, Juciane descobriu que esperava uma menina. Foi um alento e também uma distração. Ao começar ir às lojas de roupinhas, as primeiras coisinhas que lhe despertaram atenção foram os laços. "Os acessórios de cabelo, você começa a olhar nas lojas e era muito caro, então comecei eu mesma a fazer os moldes", conta.

Em casa, os primeiros comprados viraram modelo. Juciane desmanchava para entender como era feito e passou então a cortar os tecidos à mão e tentar fazer igual. "Eu pegava o molde, colocava no tecido, passava a caneta e recortava, aí depois montava a flor", narra.

Lacinhos foram terapia e distração para mãe angustiada. (Foto: Fernando Antunes)
Lacinhos foram terapia e distração para mãe angustiada. (Foto: Fernando Antunes)

Quando Ana Beatriz nasceu, fortinha e saudável, as vendas deslancharam. Quem via os lacinhos na cabeça da menina pedia igual. O artesanato foi uma forma de se entreter e também encarar a gravidez com otimismo. "No começo, ela queria tirar. Eu falava que tinha que deixar para ela ficar bonita. Hoje ela pede 'mamãe, coloca pra ficar bonita'", reproduz Juciane.

As encomendas aumentaram tanto que a mãe encomendou um maquinário especial para fazer os recortes. Como tudo caminhou para um lado mais profissional, Juciane se tornou microempreendedora individual, faz cursos pelo Sebrae e criou uma página no Facebook: "Laços da Bibi".

Os valores começam entre R$ 10 até R$ 15, para laços e de R$ 15 a R$ 18 nas tiaras. Para os modelos bordados, o preço pode chegar a R$ 40. "E eu sei que não machuca, eu vendo aquilo que é confortável para ela", detalha a mãe. As faixinhas, por exemplo, são feitas a partir de meias.

Juciane fez da angústia um negócio. E os laços foram uma forma de ela trabalhar, sem perder o crescimento de Bibi, o apelido da menina Ana Beatriz. Os pedidos podem ser feitos pelo Facebook ou então pelo WhatsApp: 9998-2072.

Agora com máquina, Juciane profissionalizou o negócio mesmo. (Foto: Fernando Antunes)
Agora com máquina, Juciane profissionalizou o negócio mesmo. (Foto: Fernando Antunes)
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