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Consumo

Aos 16 anos, garoto vende LPs e prova que bom gosto musical não tem idade

Adriano Fernandes | 20/02/2016 07:34
Guilherme dá aula quando o assunto é bom gosto musical.
Guilherme dá aula quando o assunto é bom gosto musical.

No quarto do estudante Guilherme Alves Ferreira, de apenas 16 anos, a coleção com quase 250 vinis tem espaço cativo. Foi ali, depois de desengavetar uns discos antigos, que o garoto descobriu o fascínio pelo som das raridades e até uma forma de ganhar dinheiro vendendo LPs.

Há pouco mais de um ano, ele criou a Garden Records, empresa virtual de venda de discos. Mas ele conta que o desejo de virar colecionador surgiu bem antes do oficio. Aos 13 anos ele começava a garimpar, ao lado da mãe, algumas raridades da música pela cidade.

A paixão pelos discos começou aos 13 anos.(Foto: Alan Nantes)
A paixão pelos discos começou aos 13 anos.(Foto: Alan Nantes)

“Tudo começou quando ela deixou um toca-discos velho aqui no meu quarto. Tive curiosidade de saber como funcionava e mandei arrumar”, recorda. Os discos da antiga coleção da mãe, a contabilista Leo Ferreira, de 42 anos, foram os primeiros que ele decidiu resgatar.

De lá para cá, o garoto virou freguês e parceiro de casas de vinil e sebos da cidade. Até participa de eventos do gênero, como a Sexta do Vinil, na Esplanada Ferroviária.

Dentre os clássicos que o garoto adquiriu, tem o icônico Abbey Road dos Beatles, até cópias dos discos com os sucessos inconfundíveis de Jimi Hendrix.

Admirador confesso do rock nacional e internacional dos anos 60, ele também guarda algumas relíquias do movimento Tropicalista, de Gilberto Gil ao Caetano Veloso. Tem também R.E.M e o atual “Convoque Seu Buda”, do rapper Criolo.

A ideia de criar uma loja virtual para vender seus discos foi para pode compartilhar os que já guardava há muito tempo e também manter atualizado seu estoque.

A banda R.E.M é uma das prediletas do garoto.(Foto: Alan Nantes)
A banda R.E.M é uma das prediletas do garoto.(Foto: Alan Nantes)

Incentivadora e quem mais contribui para formação musical do filho, Leo acompanha orgulhosa as empreitadas musicais de Guilherme. “É bom que perceber que ele tem esse envolvimento pela música, se empenha em pesquisar, buscar os discos raros de artistas. Isso estimula o crescimento dele. Fico tranquila de saber que ele esta investindo o tempo dele em algo produtivo”, comemora a mãe.

Quando Guilherme ainda era criança, Leo conta que um dos artistas que o garoto mais gostava e vivia cantando os sucessos era Roberto Carlos. Até hoje ela guarda orgulhosa uma gravação, ainda em fita cassete, do menino soltando a voz.

Para Guilherme, um disco em vinil é a maior representação da carreira de um artista. “Hoje em dia, a música digital é descartável e essa é a principal diferença para o vinil. Quando você compra um disco, acaba tendo um maior envolvimento com a música e o artista. Você não está comprando apenas uma canção em si, mas também a história por trás daquele disco”, conclui.

Além das feiras que Guilherme participa levando seus vinis, ele também vende os seus discos na Subcultura Records, que fica na Rua Dom Aquino, 681.

Maiores informações também pela pagina da Garden Records ou pelo telefone 9319-5005.

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