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Consumo

Aposente a camiseta "lembrei de você"; tem artesanato bacana além do cafona

Paula Maciulevicius | 03/08/2013 07:43
Vendedora Idalina chega a torcer o nariz para certos artesanatos, mas gosto é gosto e cada cliente tem o seu. (Fotos: Marcos Ermínio)
Vendedora Idalina chega a torcer o nariz para certos artesanatos, mas gosto é gosto e cada cliente tem o seu. (Fotos: Marcos Ermínio)

Qualquer que seja a cidade turística, nos pontos a serem visitados lá estão elas: as lojas de souvenirs. Não tem lugar e nem pessoa no mundo que tenha viajado sem trazer algo que seja a cara ou tenha pelo menos o nome de onde visitou. As lembrancinhas levam as características locais, uma ponte ou torre, a espécie animal que só se vê lá... É do turismo que vivem muitos dos artesãos dos municípios que carregam história, arte feita em barro, à mão, trançado em couro, esculpido de uma forma única. Em contraponto às peças de decoração que podem compor a casa dos viajantes está o que infelizmente é o mais comprado. Que morra aqui, mas quem nunca quis usar como pano de chão aquela camiseta escrita "vim na ponte que partiu e lembrei de você". Gente, tem muita arte além do artesanato cafona.

O Lado B resolveu bater perna em Bonito atrás da cultura feita pelos moradores. Além da renda, eles levam para os mais diversos lugares do mundo o que é nosso. Feito aqui e com as características de uma imensidão de belezas naturais e ainda assim há quem leve a souvenir mais brega possível. Quer um exemplo disso? Em uma das lojas da cidade, a funcionária diz de cara que são os ímãs de geladeira mais simples que têm melhor saída, ou seja, aquelas araras que chegam a enfeiar qualquer geladeira e os lápis que na ponta levam miniaturas de onças, jacarés e tucanos. É óbvio, assim a gente espera, que ninguém faça o uso disso em público.

O que mais tem saída são os ímãs de geladeira. Alguns que tem o efeito contrário: de enfeiar.
O que mais tem saída são os ímãs de geladeira. Alguns que tem o efeito contrário: de enfeiar.

"Olha essa piranha empalhada? Chega a ser estranho, dá medo na gente", comenta. Quanto às camisetas, que agora brincam com frases e misturas de marcas, a vendedora suspira aliviada. "Isso não, minha patroa odeia", diz Idalina Lima, de 27 anos. Ainda bem que há bom senso no que oferecer ao turista.

Entre apoio de copos, os próprios ímãs de geladeira, tem muita coisa bacana. As cabaças são exemplo disso. Levam a arte e cultura regional nos desenhos indígenas e na casa de quem for parar, vai dizer pelos donos que esteve em determinado lugar. Trabalhos feitos à mão que custam de R$ 20 até R$ 260.

Idalina diz que a maioria dos clientes levam os chifres de boi que aqui se usa para tomar tereré. "A gente aqui faz isso, eles nem sabem o que é, mas acham bonito e leva, nem sei se chegam a por em prateleira", admite; O preço médio é de R$ 30.

O artesanato da região é muito baseado nas lendas da cidade e os artesãos, dignos deste nome, põem um pouco da história em cada trabalho. Artesã que visita feiras por todo país, Lorna D'ávila, de 54 anos, falam que nas lojas mais comerciais, os produtos oferecidos como arte não passam por triagem. "Tem que ter consciência, não é só lixar qualquer coisa, pintar e pronto. A pessoa tem que fazer um trabalho que agregue a arte, é isso que o turista procura", define,

Caro leitor, seja o destino qual for, ao passar por uma loja de souvenirs, tenha um olhar mais crítico, há muita coisa bacana sobre os lugares que não precisam necessariamente levar o nome da cidade. Tem muito trabalho além do artesanato cafona.

Entre os trabalhos mais bacanas encontrados nas lojas são as estátuas de cabaça, no caso de índios, ícone sul-mato-grossense.
Entre os trabalhos mais bacanas encontrados nas lojas são as estátuas de cabaça, no caso de índios, ícone sul-mato-grossense.
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