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Consumo

Catando uma coisa aqui, outra ali, há 30 anos ele é o "Almir das Plantinhas"

Adriano Fernandes | 21/04/2016 07:15
Há 30 anos senhor "Almir das Plantinhas" abandonava o serviço público para se dedicar ao artesanato com mudas e cores. (Foto: Adriano Fernandes)
Há 30 anos senhor "Almir das Plantinhas" abandonava o serviço público para se dedicar ao artesanato com mudas e cores. (Foto: Adriano Fernandes)

Almir Batista Ribeiro, de 57 anos, hoje é conhecido no Centro de Campo Grande como o senhor que ganha a vida vendendo vasinhos. Há 30 anos ele sobrevive assim, batendo de porta em porta com as suas "plantinhas".

As areias coloridas são tingidas, geralmente, com tinta usada na pintura de jeans. (Foto: Adriano Fernandes)
As areias coloridas são tingidas, geralmente, com tinta usada na pintura de jeans. (Foto: Adriano Fernandes)

Ele deixou o serviço público estadual e se tornou o “Almir das Plantinhas”. Desde então, sai pelas ruas de Campo Grande vendendo mudinhas em alguns dos principais pontos do comércio. Ele tem para oferecer desde a “espada de São Jorge” até a “comigo ninguém pode” , plantadas em vasinhos de vidro reciclado, simples, mas caprichados.

O novo ofício ele aprendeu durante uma viagem. “Foi em visita a minha mãe que morava em Campinas, com a minha irmã. Em umas das muitas revistas que ela comprava, eu vi um vaso semelhante aos que eu faço hoje em dia, então eu decidi: vou começar a produzir esses artesanatos também. Isso ainda no ano de 1982”, recorda.

Na época, ele ainda era funcionário público, mas garante que viva infeliz. “Eu me sentia muito mais realizado trabalhando como artesão do que nas funções do cargo em que eu atuava”, comenta.

As garrafas são cortadas em uma máquina própria para esse tipo de trabalho. (Foto: Adriano Fernandes)
As garrafas são cortadas em uma máquina própria para esse tipo de trabalho. (Foto: Adriano Fernandes)
Cada desenho é feito manualmente e com ajuda de um palito. (Foto: Adriano Fernandes)
Cada desenho é feito manualmente e com ajuda de um palito. (Foto: Adriano Fernandes)

As técnicas de corte das garrafas e outros recipientes em vidro, ele foi aperfeiçoando ao longo do tempo“Reaproveito desde a garrafa de pinga até a de vinho”, ri.

“Boa parte vem de doações de pessoas que já conhecem meu trabalho. Mas a grande maioria delas sou eu mesmo quem encontro em meio ao lixou ou nas ruas da cidade. Onde eu vejo garrafas de vidro jogadas, eu paro e pego ”, completa.

Hoje, o "escritório" fico nos fundos de sua residência no bairro Mata do Jacinto.

Ali, ele armazena garrafas, as corta e faz o plantio das mudas. Cada um de seus vasinhos é decorado com desenhos feitos de areia colorida ou pó de granito, com coloração de tintura de tecido.

“A areia é a que é muito comum de se encontrar em obras e antes de misturar elas às tintas, ela deve ser peneirada. Mas quando eu utilizo o granito esse processo é um pouco mais trabalhoso”, conta. A pedras também são o refugo de lojas especializadas, que são moídas e também peneiradas.

Os desenhos são feitos nas laterais dos vasos e no centro é colocada areia. (Foto: Adriano Fernandes)
Os desenhos são feitos nas laterais dos vasos e no centro é colocada areia. (Foto: Adriano Fernandes)
As mudas que senhor Almir planta nos vasos, ele adquire nas matas e parque de Campo Grande. (Foto: Adriano Fernandes)
As mudas que senhor Almir planta nos vasos, ele adquire nas matas e parque de Campo Grande. (Foto: Adriano Fernandes)

Ele leva de 30 minutos até 1 hora para concluir cada vaso e o trabalho exige prática e paciência. 

Cada detalhe é feito com o auxilio de uma colher e um palito. “No fundo dos vidros eu coloco carvão vegetal, porque ele serve como uma espécie de filtro. A areia colorida é colocado aos poucos nas laterais e no centro, a areia comum, para ela manter as plantinhas”, comenta.

A garrafas utilizadas são desde as de cerveja até de pinga. (Foto: Adriano Fernandes)
A garrafas utilizadas são desde as de cerveja até de pinga. (Foto: Adriano Fernandes)

Cada vaso tem uma decoração diferente. “Eu fui criando estes desenhos sozinho, mas teve uma vez por exemplo, que eu também viajei para Natal e tive contato com os artesanatos desse tipo, que são produzidos lá. A diferença é que lá as garrafinhas são fechadas e não tem plantinhas”, explica.

Depois de tudo pronto, ele sai oferecendo as mudas no Centro de Campo Grande. “Tem estabelecimentos que eu já frequento há 15 anos. Todo mundo me conhece”, comenta.

Os valores de cada vasinho variam de R$ 10,00 até R$ 100,00 e ele diz que vende em média 15 peças por dia.

“Você não tem ideia do que é trabalhar por conta própria e em casa, fazendo o que a gente gosta. Eu tenho prazer de fazer o que eu faço, cuidar das minhas plantinhas. Há 30 anos é dessa forma que eu ganho o meu sustento, cuidando das minhas plantinhas. Foi a forma que eu encontrei para dar um novo rumo na minha vida em busca da minha liberdade”, conclui.

Interessados em adquirir as plantinhas de Almir podem procurá-lo pelos telefones 9122-8762 ou 3354-1624.

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Senhor Almir garante que chega vender até 15 plantinhas por dia. (Foto: Adriano Fernandes)
Senhor Almir garante que chega vender até 15 plantinhas por dia. (Foto: Adriano Fernandes)
De pequenos cactos até espadas de São Jorge, senhor Almir Vende. (Foto: Adriano Fernandes)
De pequenos cactos até espadas de São Jorge, senhor Almir Vende. (Foto: Adriano Fernandes)
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