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Diversão

Com greve na Universidade Federal, quem sofre é dono de bar

Ângela Kempfer | 15/08/2012 10:31
Conveniência do Escobar fica quase vazia em dias de greve. (Fotos Minamar Júnior)
Conveniência do Escobar fica quase vazia em dias de greve. (Fotos Minamar Júnior)
No concorrente Batata Mais, conhecido como bar da Heineken, a dona diz que já está desistindo de colocar as mesas para fora.
No concorrente Batata Mais, conhecido como bar da Heineken, a dona diz que já está desistindo de colocar as mesas para fora.

O bar tem 24 anos e há muito tempo não ficava tão às moscas. Desde o início da greve na Universidade Federal, em 20 de junho, já se vão quase dois meses de paradeira na Conveniência Escobar, lugar preferido dos universitários para terminar a noite em dias de aulas.

É assim há gerações de calouros e veteranos da UFMS. Quem passou pela universidade e não conhece o Escobar, não aproveitou tudo o que poderia.

O endereço na rota de quem deixa a universidade, na Rui Barbosa, os preços bem ao gosto do bolso de estudante e o clima divertido são o que mantêm o bar por tanto tempo.

Mas o que realmente conta, na avaliação do dono, é a quantidade de histórias produzidas no lugar que viram história para a vida toda, depois da formatura.

“É aqui que as pessoas encontraram o namorado, a namorada, que fizeram amigos para sempre”, diz o filho do proprietário, Onivaldo Escobar.

Quando o pai abriu a conveniência, o rapaz de 18 anos já trabalhava no lugar e viu muita coisa mudar com o tempo, principalmente a frequência feminina. “Antes não tinha menina que jogava sinuca, agora elas jogam e sentam para tomar uma cerveja”.

Com a greve, o número de clientes caiu 70%. O agravante, é que nem os vizinhos salvam o movimento, porque a maioria é universitário de outras cidades e voltou para casa durante a folga forçada.

Nem a possibilidade de recuperar o prejuízo durante a reposição de aulas lá na frente, no período férias, é capaz de animar. “É que aí vira uma correria, muita gente tendo de tirar o atraso e não vai para o bar, né”, avalia Onivaldo.

Não dá nem para conversar com estudantes sobre o assunto, porque nenhum apareceu no bar nos últimos dias.

No concorrente Batata Mais, conhecido como bar da Heineken, a dona diz que já está desistindo de colocar as mesas para fora. “É só para pegar poeira”, reclama.

Graziele Soares dos Santos, de 36 anos, lembra da péssima notícia uma semana antes de começarem as férias do meio de ano, a greve. “Aproveitei então para fazer uma reforma, mas parece que essas férias não terminam nunca mais”, diz.

Agora, a empresária apela para Deus. “Fiquei sabendo que na semana que vem acaba (greve). Vou rezar”.

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