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Consumo

Cuidado com o que tatuas, porque ninguém é autorizado a apagar em Campo Grande

Anny Malagolini | 12/03/2013 08:56
Tatuagem tem de ser muito bem pensada até a hora da máquina começar a desenhar. (Fotos: Marcos Ermínio)
Tatuagem tem de ser muito bem pensada até a hora da máquina começar a desenhar. (Fotos: Marcos Ermínio)

O amor acabou, a moda se tornou piegas, o desenho perdeu o sentido e o que resta é remover a bendita tatuagem.

Mas quem mora em Campo Grande e quer apagar de vez o passado vai ter desembolsar, além do dinheiro da sessão de remoção, o valor da passagem para outra cidade.

Por aqui nenhum profissional é autorizado a fazer o trabalho. Até existe estúdio de tatuagem que realiza o serviço, mas sem autorização.

O dermatologista Gustavo Lofte explica que para retirar uma tatuagem pequena é preciso de 5 a 10 sessões de laser. Mas ele adianta que a remoção pode lesionar a pele se não ocorrer com o aparelho certo, claro, manuseado da maneira correta, por um profissional capacitado.

Gustavo esclarece que não há regulamentação de quem pode ou não retirar a tatuagem, mas sim de quem pode usar o equipamento.

A remoção dos desenhos é feitas somente por laser. O preço e a quantidade necessária de sessões podem variar de acordo com a pigmentação, tamanho e a pele de cada paciente.

Ele também comenta que podem ocorrer inflamações, variações no tom da pele e até mesmo cicatrizes. “Mas isso também depende do tecido de cada paciente. Para não correr riscos, o melhor é pensar bem antes no que se quer tatuar”, aconselha o dermatologista.

O procedimento de remoção é mais dolorido que fazer uma tatuagem, explica Gustavo:"Ela é feita na derme, parte interna da pele. E o que o laser faz é atingir esse pigmento, que acaba sendo absorvido pela própria pele. E quanto mais colorida a tatuagem, mas complicado de remover".

O valor da remoção também não é tão viável. Cada sessão custa a partir de R$ 400,00.

Em Campo Grande, nem tatuador está livre de arrependimentos neste quesito. No início da carreira, aos 22 anos de idade, o tatuador André Peralta, hoje com 35, tatuou na mão um anjo. Quase 15 anos depois, bateu a vontade de remover o desenho. "O local que foi feita a tatuagem não combina com o desenho", justifica.

André aconselha a quem quer tatuar procurar um desenho que combine com a região do corpo escolhida para ser tatuada, fugir de modas, é claro, pensar bem antes de fazer, principalmente, homenagens com nome ou imagem de namorado.

“A tatuagem não deve ser feita por impulso. Se alguém chega ao estúdio dizendo que se não tatuar no dia não faz, eu não faço, porque a tatuagem é para depois também”.

André está clareando o antigo desenho e a intenção é tatuar algo por cima, uma outra alternativa para quem quer se livrar do que não tem mais sentido ou perdeu a beleza.

Ele recomenda cobrir a tatuagem só em algumas situações. "Se ele estiver velha, com a cor desbotada, se for pequena, são ótimos casos para cobrir".

O novo desenho tem que ser duas vezes maior em relação ao tamanho do original. Se for mal feita, o risco é ganhar um borrão no corpo. "Se a tatuagem for grande e com cores escuras, é melhor fazer algumas sessões de remoção, para clarear a região e depois tatuar algo por cima", recomenda.

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