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Consumo

Da bomba de gasolina para a escova de cabelo: homens trocam de profissão

Anny Malagolini | 12/07/2013 07:36
Paulo e Claudinei escovando a cliente (Foto: Divulgação)
Paulo e Claudinei escovando a cliente (Foto: Divulgação)

Com profissões nada delicadas e que até precisam usar a força bruta, o frentista Claudinei da Silva e o segurança Paulo César Souza, de 36 anos, encontraram na estética a oportunidade de mudar a vida e crescer financeiramente, deixando de lado o preconceito e o peso das mãos para aprender a cortar cabelos.

Há 15 anos abastecendo e checando os motores dos carros dos clientes, Claudinei cansou e então decidiu acompanhar a mulher, que é depiladora e administradora de um salão. Para isso, ele entrou no curso de cabeleireiro há 1 mês e meio.

A facilidade em aprender começa pela própria vaidade. Que é percebida à primeira vista, por conta da barba, milimetricamente cortada, além do cabelo escovado. Com o sorriso no rosto e orgulho pelo novo aprendizado e satisfação por fazer o que gosta, Claudinei conta que os "sarros" que os amigos tiram por querer ser cabeleireiro não incomoda mais. “Brincadeiras sempre tem, mas hoje já não me importo, deu o que tinha que dar”, comenta.

A turma tem 17 alunos, seis deles são homens com as profissões mais variadas, como servente de pedreiro e até lutador de Jiu-Jitsu, para o espanto da professora, a técnica em cosméticos e químicas em geral, Viviane Rodrigues, de 31 anos. A novidade em ministrar o curso também não esconde a surpresa dela, que defende os novos alunos. “São aplicados e até acabam se destacando mais que as mulheres”, admite.

Segunda ela, o interesse por cursos nesta área tem crescido nos últimos anos e para quem está acostumado a ganhar um salário mínimo, o aumento de um algarismo na conta faz com que a vida tome novos rumos - o ganho mensal é de no mínimo R$ 3 mil.

Cansado da correria, os próximos 10 meses, serão difíceis e de muito sono para Paulo César. Durante o dia ele trabalha como segurança e depois vira a noite trabalhando como operador de câmera de segurança. As 4h30 que ele tinha para o repouso, se transformaram em atenção dentro da sala de aula, mas todo o esforço tem uma explicação. “Tudo que eu faço é para aproveitar melhor minha família e ver o crescimento dos meus filhos”, assegura.

A vontade de mudar de vida é grande, e até local para abrir um salão já foi escolhido: no bairro Paulo Coelho Machado. Assim que receber o diploma e estiver apto a cortar cabelos, ele vai abrir o novo negócio, com o “acerto” dos empregos passados, tudo planejado na cabeça do segurança.

Empenhado, Paulo conta que fim de semana se tornou dia de salão em casa, depois que aprendeu a escovar cabelos. “As mulheres da família viram cobaias e até agora nenhuma reclamou, e olha que escovei cabelo difícil”, fala.

Quem quiser escovar os cabelos, de graça, é só comparecer ao curso, que acontece de segunda a quinta-feira, das 19h às 22 horas, na rua 13 de junho, n°1.063.

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