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Consumo

Especialista encontra preço "sem noção" e ensina brechós a trabalharem bem

Naiane Mesquita | 23/07/2015 20:03
Regina Machado, Alexandre Fischer, Franz Ambrósio  e Nathalia Barros no Fórum de Brechós em Campo Grande (Fotos: Fernando Antunes)
Regina Machado, Alexandre Fischer, Franz Ambrósio e Nathalia Barros no Fórum de Brechós em Campo Grande (Fotos: Fernando Antunes)

Com anos de experiência a frente do brechó paulista Minha Avó Tinha, o empresário Franz Ambrósio foi categórico ao afirmar hoje, durante o Fórum de Inovação para Comércio de Brechós do Sebrae, a necessidade de “bom senso” dos proprietários ao colocar valor em suas peças de roupa. “Fui na Riachuelo e encontrei uma camiseta por R$ 35 reais, depois visitando alguns brechós aqui, eu vi a mesma peça por R$ 45. É preciso ter bom senso”, afirmou.

A opinião de Franz é compartilhada por outros nomes carimbados no evento, que distribuíram várias dicas para quem quer se manter no mercado dos brechós, ou como muita gente gosta de intitular atualmente, da moda sustentável.

Referência em moda sustentável, Chiara Gadaleta acredita que os brechós precisam se reinventar
Referência em moda sustentável, Chiara Gadaleta acredita que os brechós precisam se reinventar

Chiara Gadaleta, ex-modelo e colunista da revista Vogue, acredita que os brechós precisam ser tocados como lojas convencionais. “Eles surgiram para quebrar o paradigma do fast fashion, das roupas de baixa qualidade e de alto preço. Mas, hoje, está muito difícil um brechó ter roupas da década de 50, 40, são artigos difíceis, então, as lojas precisam se reinventar”, ressalta.

Para ela, é necessário que os empresários invistam nos diferenciais. “As lojas precisam criar novas estratégias, como a customização das peças, embalagens diferentes. O que se vê em muitos brechós são peças semelhantes as lojas convencionais porque é o que está aparecendo dos últimos anos e vai crescer cada vez mais. Mais roupa cinza e muitas peças parecidas”, diz.

“Rata de brechó”, Chiara afirma que conhece as lojas de várias partes do mundo e cita o trabalho colaborativo uma saída para a saturação do mercado da moda.

“Convide um artista plástico para customizar dez camisas brancas ou uma ONG que precisa de auxílio e venda calças jeans com um valor mais alto e que reverta para essa instituição. Conheço um brechó que entrega as roupas embrulhadas em lenços antigos. Isso é um diferencial”, ressalta.

Com o fortalecimento da internet, um passo importante é o e-commerce. Alexandre Fischer, do Ficou Pequeno, criou uma plataforma para a venda de artigos infantis e frisou sobre a importância de um atendimento de qualidade para conquistar o cliente. “Crie novas embalagens, invista em uma resposta mais pessoal para o seu cliente, converse com ele, mesmo que pela internet”, afirmou.

Lauren Cury tem o Gaveta desde 2011 em Campo Grande. Para ela, o mercado está aceitando melhor a moda sustentável
Lauren Cury tem o Gaveta desde 2011 em Campo Grande. Para ela, o mercado está aceitando melhor a moda sustentável

O atendimento, na verdade, foi um ponto bem discutido pelo grupo, que ainda frisou a importância de criar um ambiente intimista, com um boa fragrância, roupas limpas, passadas e se possível, com uma história.

“Os brechós devem ter produtos únicos, que fogem da tendência do luxo da moda. Eles tem uma história vão na contramão da banalização”, diz Regina Machado, consultora do Sebrae.

Uma das empresárias mais antigas do ramo de brechó em Campo Grande, Lauren Cury, do Gaveta, acredita que as dicas foram positivas.

“Acho que estava faltando isso, fico muito feliz de aprendermos juntos, trocando experiências. Os consultores trazem uma visão de mercado mundial e aqui cada vez mais as pessoas estão perdendo o preconceito que tinham de brechó e aceitando uma tendência contemporânea da moda sustentável”, afirma.

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