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Consumo

Fim da utopia! Agora até os hippies encomendam máquina de cartão de débito

Naiane Mesquita | 15/12/2015 06:34
Fim da utopia! Agora até os hippies encomendam máquina de cartão de débito

Ao que tudo indica, os últimos representantes da cultura hippie disseminada nos anos 70, em festivais como Woodstock, sumiram de vez. Os hippies estão adotando um dos ícones do mundo capitalista: a máquina de cartão de débito. É o fim da utopia?

Um dos hippies que trabalham em frente a Praça Ary Coelho, na avenida Afonso Pena, já usa a máquina para trabalhar. Até conversamos com ele, mas infelizmente, devido a chuva que começava a cair, ele saiu correndo para recolher as mercadorias.

Mesmo assim, é unânime entre os outros artistas que a tecnologia pode ser útil, tem até quem jure que já encomendou a sua. “É a facilidade de poder oferecer essa opção para o cliente de uma forma de pagamento mais suave e também de não ser perigoso, evita assalto. Apesar de estar cheio de polícia, não resolve muito não”, afirma Marcelo Marques, 42 ano, presidente da Associação campo-grandense dos artesãos de rua.

Segundo ele, a associação foi criada para possibilitar a permanência dos artistas na beirada da grade da Praça Ary Coelho. “Nem nas calçadas a gente pode ficar, tem que deixar livre. O duro é que quando chove vira um lama aqui, barro. Queríamos melhorias para trabalhar”, explica, argumentando que a associação tem 12 membros, além de conselho construtivo e deliberativo. “Nem na praça a gente pode expor”, reclama.

Marcelo vende artesanatos e também faz tatuagens de rena. A máquina de cartão de débito chega semana que vem, segundo ele, para melhorar as vendas. “É segura e viável. O artista que tem ele não é daqui, de Campo Grande ninguém tem”, frisa.

De resto, parece que a tradição continua a mesma. A maioria deles está sempre de passagem, em busca de novas paradas e aventuras. Um dos que ainda mantém o jeitão de hippie é o colombiano Juan Carlos Sanchez, que faz artesanatos com arames e depois filma, criando vídeos em stop motion.

No Brasil há 30 dias, o jovem pretende seguir por São Paulo e Rio de Janeiro. “Sou cineasta, animador. Estava cansado de viver as mesmas coisas. Uso arame e porcelana para fazer os trabalho”, diz, de forma enrolada ainda.

Modernos ou não, o fato é que a liberdade da filosofia hippie parece ceder cada vez mais aos desmandos do capitalismo. Agora, da próxima vez que um dos artistas te oferecer os produtos não adianta mais usar a velha desculpa que está só “com o cartão”.

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