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Consumo

Lanchonete fecha e "Paraíba" das redes muda de ponto 16 anos depois

Paula Maciulevicius | 24/10/2013 07:29
Depois de muita prosa, "Paraíba" confessa: vai se mudar para os fundos da Agetran, na Guaicurus. (Foto: Cleber Gellio)
Depois de muita prosa, "Paraíba" confessa: vai se mudar para os fundos da Agetran, na Guaicurus. (Foto: Cleber Gellio)

Há poucas semanas as cadeiras da esquina da avenida Afonso Pena com a rua Padre João Crippa foram todas recolhidas. No local, sobraram armadas só as redes do “Paraíba”. Depois de 16 anos no mesmo ponto, o vendedor que chega às 7h para garantir o lugar do carro em frente à venda, deixa o Centro da cidade. E no lugar da lanchonete, tudo indica que mais uma farmácia abre as portas em Campo Grande.

O apelido é Paraíba, mas o nome correto mesmo é José Fernandes de Souza, corrige. Aos 43 anos, ele que desde que chegou se instalou ali, agora caça outro rumo para armas as redes.

Antes de funcionar o come come lanches, o local estava abandonado quando foi escolhido pelo paraibano para se fixar. Otimista, ele dá risada dizendo que ponto não falta para quem quer trabalhar. “Teve gente que foi até falar com político para me deixar aqui. Mas eu não ligo não”, comenta.

Para onde vai ele se enrola todo pra dizer. “Eu trabalho em qualquer canto. Tem outros pontos por aí, vou sair colocando, quando mandar tirar, eu tiro”, responde.

Depois de muita prosa e até um certo interesse em comprar a rede, ele confessa. Vai se mudar para atrás da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), na avenida Guaicurus.

“Se duvidar lá vende mais que aqui. No domingo montei e vendi 26 redes lá na hora do almoço”. Se a história é de vendedor, aí já não dá para acreditar.

Na esquina deve abrir uma farmácia. A informação quem banca é ele, dizendo que parece que é do dono da Drogasil. Mas se tratando de Campo Grande, é bem capaz que os lanches foram trocados pelos remédios.

“Só está esperando a Prefeitura para demolir de vez”, anuncia. Por enquanto deve estar faltando alguma documentação para liberar o terreno.

As redes são trazidas direto da Paraíba, mas não pelo “Paraíba”. “Eles que mandam, pra lá eu só vou é passear”, completa.

Com rede no lombo, José já conheceu o país inteiro, como quem tem bicho carpinteiro e não arma rede num lugar só. “Quando eu era solteiro, não parava. Aí me casei e vim para Campo Grande. Mas era assim, estava aqui hoje, amanhã ia para Dourados, Paraná...”

Por enquanto as redes ainda estão na esquina da Padre João Crippa com a Afonso Pena e os preços variam de R$ 35 até R$ 195.

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