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Consumo

Quanto custa reconstruir a boca com tecnologia de hoje do consultório dentário?

Paula Maciulevicius | 06/10/2013 07:25
No consultório do cirurgião dentista Alberto Luiz Leite da Silva, de 47 anos, os pacientes que sentam na cadeira são o reflexo de quando a Odontologia era baseada na cultura da extração. (Fotos: Cleber Gellio)
No consultório do cirurgião dentista Alberto Luiz Leite da Silva, de 47 anos, os pacientes que sentam na cadeira são o reflexo de quando a Odontologia era baseada na cultura da extração. (Fotos: Cleber Gellio)

No consultório do cirurgião dentista bucomaxilofacial e implantodontista, Alberto Luiz Leite da Silva, de 47 anos, os pacientes que sentam na cadeira são o reflexo de quando a Odontologia era baseada na cultura da extração. O problema era resolvido pela eliminação, a dor estava além da causa e terminava na substituição do dente pela dentadura.

“Hoje a grande maioria dos pacientes de reabilitação oral com implantes dentários são da terceira idade, que quando crianças o pai levava ao dentista e mandava tirar tudo para colocar dentadura”, comenta Alberto.

O entra e sai de pacientes é sempre pela volta do sorriso. A prótese total, popularmente conhecida como dentadura, está sendo aos poucos, trocada pelo implante dentário, adequada em 90% dos casos. É a recuperação da estética, mastigação e até mesmo da fonação.

Especialista e mestre em cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial pela Universidade de Pelotas, ele acumula 20 anos de carreira, uma década deles atendendo ao pronto socorro. No currículo, a realização de reconstruir o sorriso e dar vida ao paciente de novo.

O acesso ao tratamento melhorou seguindo a evolução da Odontologia. Hoje os pacientes que se sentam na cadeira do dentista querem e acham importante a reabilitação.

Alberto explica que o processo para o implante consiste em várias etapas. Primeiro é feita a avaliação óssea, para constatar se há condições de se fazer o implante. “É fundamental ter osso. A terceira idade encontra problemas com isso, a perda dentária também causa a perda óssea. Cada caso é avaliado e se necessário, feito um enxerto ósseo”.

Ele diz que no geral as pessoas costumam relacionar o preço só aquele momento e não pelo decorrer dos anos em que um trabalho profissional e de qualidade vai surtir.
Ele diz que no geral as pessoas costumam relacionar o preço só aquele momento e não pelo decorrer dos anos em que um trabalho profissional e de qualidade vai surtir.

Em seguida o paciente passa por planejamentos, como raio-x e tomografias para ter a certeza de que há a possibilidade do implante de acordo com o que ele precisa. A anestesia para o processo cirúrgico pode ser local ou geral e a operação também oferece a opção de ser no próprio consultório ou num hospital.

“A cirurgia consiste em uma frenagem com brocas de diversos diâmetros adequados para o implante. É colocado titânio e depois a prótese”, explica o cirurgião. O processo pode levar até seis meses, isso devido ao tempo de osteointegração.

Os custos saem em média R$ 2,5 mil por dente, em rápidos cálculos, reabilitar a boca inteira sairia entre R$ 45 mil e R$ 50 mil.

Ao Lado B ele tenta explicar o senso comum, de que os tratamentos dentários saem caros. O peso no bolso é sentido porque os pacientes não veem na a boca como uma questão de saúde. “O tratamento em si não é caro, ele tem que ser olhado pelo ângulo de que o profissional está habilitado e investiu na formação. O que se deve colocar em questão é o trabalho que o profissional está exercendo”, explica.

Segundo o especialista, houve o tempo em que a justificativa do alto custo estava de forma errônea relacionada ao material. “É o valor do meu trabalho. Tem que mudar essa visão pela valorização do trabalho. O valor está dentro do investimento que o profissional faz para fazer o melhor ao paciente”, reforça.

Ele diz que no geral as pessoas costumam relacionar o preço só aquele momento e não pelo decorrer dos anos em que um trabalho profissional e de qualidade vai surtir.

Ainda em cima de uma cultura equivocada de valores, Alberto exemplifica dizendo que hoje o maior obstáculo para procurar o profissional odontológico está na extrema necessidade. “O paciente só procura e só faz o que está precisando naquele momento e como se melhora isso? É mostrando para a sociedade a importância de se ter uma cavidade oral em bom estado. Além da estética, a reabilitação oral melhora a autoestima e o organismo”, considera.

A média de tempo no tratamento é variável de paciente para paciente e há casos em que se pode levar até um ano e meio para reabilitação total.

“O grande fator é você devolver a estética frente aquilo que é possível. A gente não pode prometer mágica. Mas eu fico feliz porque quando o paciente gosta e recebeu o que ele quer, a gente sente a gratidão de conseguir dar o que ele almeja dentro dos princípios técnicos”, resume.

No final da conversa, a lição que se tira é que o melhor ainda e sempre vai ser a prevenção. “Seja em qualquer idade, a manutenção da higiene bucal é o básico. O paciente deve procurar um profissional da área e visita-lo a cada quatro meses, além da boa utilização dos acessórios, a escova de dentes, creme e fio dental”.

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