ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  18    CAMPO GRANDE 21º

Diversão

A beleza de Campo Grande que fica logo depois do Inferninho

Ângela Kempfer | 26/08/2011 08:33
Cachoeira em fazenda na região rural de Campo Grande. (Foto:João Garrigó)
Cachoeira em fazenda na região rural de Campo Grande. (Foto:João Garrigó)

Uma tarde de domingo, com calor de 37 graus em Campo Grande, é motivo de sobra para sair em busca de água fresca. A pequena aventura começa pelo lugar mais óbvio da cidade: a cachoeira do Inferninho. Mas o carro nem para direito, segue até um ponto com menos gente.

Com alguns arranhões - horas mais tarde - e 38 picadas de insetos pelo corpo, o cansaço toma conta, mas a experiência valeu muito o esforço.

Acostumados com domingos no Cinemark, em frente à TV ou pelos shoppings de Campo Grande, sair sem rumo é o que de melhor aconteceu no mês seco de agosto.

Depois do Inferninho, local cercado por famílias carregadas de toalhas, isopores e latinhas de cerveja, há um cenário rural com direito a paisagem bucólica, uva colhida na parreira e até comitiva ao moldes pantaneiros.

De saída, a placa indica uma diversão bem família. Na estrada, uma das propriedades é aberta a quem quiser conhecer o cultivo de uvas. Parreiras dominam a chácara e o freguês paga pelo que colher.

Casa de pedra, agora pintada. (Foto:João Garrigó)
Casa de pedra, agora pintada. (Foto:João Garrigó)
Peão em comitiva, a 3 quilômetros da zona urbana. (Foto: João Garrigó)
Peão em comitiva, a 3 quilômetros da zona urbana. (Foto: João Garrigó)

Na Chácara da Gaúcha, como o local é conhecido pelos vizinhos, neste agosto de estiagem as parreiras também não rendem nada, tudo esta seco. A época boa é entre novembro e dezembro, quando as uvas enchem hectares e podem ser colhidas diretamente pelo consumidor.

Ao passar pela primeira ponte, rumo a Rochedo, a imagem que surge é de uma casinha de pedras, solitária com morros fazendo a moldura. O prédio há cerca de 10 anos preservava as cores originais, mas os moradores resolveram pintar as pedras, colocar janelas de metal e a casa perdeu bastante do charme, mas continua lá.

Logo em frente, ainda na mesa estrada, que leva a Corguinho, uma boiada aparece com dois peões a cavalo. Parece uma comitiva no Pantanal, mas a distância a ser percorrida é bem mais curta e o gado vai de uma fazenda à outra em busca de pasto verde, diante de uma vegetação seca.

A procura pelo acesso ao rio, já a mostra sob pontes de madeira, continua até encontrar uma porteira sem cadeados. Na propriedade, tudo parece trancado, mas os vizinhos dizem que o acesso é liberado pelo dono, que costuma dar passagem a quem pratica o parapente – esporte que utiliza uma espécie de paraquedas, mas no lugar do avião, usa os morros para o salto.

Como os cães são amistosos, a peregrinação vai seguindo as marcas de pneus deixadas no pasto ralo.

Cenário rural na estrada que leva a Rochedo. (Foto:João Garrigó)
Cenário rural na estrada que leva a Rochedo. (Foto:João Garrigó)

A paisagem continua gerando boas fotos, como do tatu. O sossego dá a maior pista sobre a água. O barulho leva até uma faixa verde no cerrado seco.

Verificar se o som é mesmo de uma cachoeira dá bastante trabalho. É preciso ultrapassar o que parece ser uma trincheira aberta por militares em treinamento. Do outro lado da cratera, finalmente a recompensa.

Um lago cercado por pedras tem ao fundo a cachoeira tão esperada. Para explorar o lugar, coberto pela vegetação, é preciso escalar as paredes de rochas. Nessa brincadeira natural em plena pedreira sobram arranhões e picadas de mosquitos, mas a beleza distrai.

O sol começa a cair e a ordem é voltar antes que o sol se ponha. No retorno, a luz no céu vai de laranja ao cor-de-rosa.

No retorno, a garotada de bicicleta e mochila nas costas mostra que também encontraram diversão nos rios que cortam as fazendas da região.

De volta ao Inferninho, apenas alguns remanescentes da tarde quente estão ainda na base da cerveja e do tereré. Com uma fogueirinha ao pé para evitar o ataque dos insetos Célia Souza conta que mora no bairro José Abraão e que costuma passar os fins de tarde de domingo com os amigos no local. “Tem muito lixo, o povo não respeita, mas é tranquilo e fresquinho”, justifica, ao lado do neto de 5 anos.

No fusca estacionado ao lado, a irmã segura a toalha no vidro, do lado de fora do carro, enquanto a outra, lá dentro, troca de roupa para voltar para casa depois de um dia de banho no rio.

Depois do dia de banho, hora de trocar de roupa no Fusca. (Foto: João Garrigó)
Depois do dia de banho, hora de trocar de roupa no Fusca. (Foto: João Garrigó)
Nos siga no Google Notícias