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Diversão

Afonso Pena ganha um novo ponto de "muvuca" nos fins de semana

Anny Malagolini | 20/05/2013 07:06
Estacionamento de loja de móveis virou ponto de disputa de som.
Estacionamento de loja de móveis virou ponto de disputa de som.

Na batalha entre sons automotivos, o funk, o sertanejo e o pagode animam os 100 metros da calçada da avenida Afonso Pena, entre a rua Rio Grande do Sul e a travessa Ana Vani. É o novo ponto da muvuca nas noites de Campo Grande.

O número de frequentadores dobrou desde março, depois que um carro foi incendiado durante a aglomeração no mirante do Aeroporto e o policiamento teve que ser reforçado. A segurança chegou e espantou quem gosta de ligar o som do carro no volume máximo, ou gastar pneu da moto dando “zerinho”.

Sempre houve um número considerável de pessoas na conveniência "Cerv Já", na esquina da Rio Grande do Sul. Mas agora a “balada” cresceu do outro lado do canteiro, nos estacionamentos de lojas de móveis. A aglomeração na calçada começa cedo, a partir das 20 horas surgem os carros e as motos, que logo vão subindo pela calçada.

Com tantos carros com som alto, o que fica difícil é conseguir saber o que se está tocando. Mas isso é o de menos, até a famosa “Dança do Passinho” tem vez.

Fabiano, de 19 anos e a namorada Jéssica, de 16 anos, começaram a frequentar o lugar há três semanas. Ver o movimento da cidade, na principal avenida, é o que os atrai para a “muvuca”, explica Fabiano. “Aqui em Campo Grande falta lugar, então aqui se tornou a festa de todo fim de semana, que só termina quando o dia amanhece”.

A secretária Sônia Duarte, de 35 anos, levou a filha de 17 anos, Evelyn Duarte, para a balada popular. Moradora do Estrela do Sul, ela conta que frequenta o lugar por causa dos amigos do bairro, que todos os fins de semana aparecem por lá. “Aqui é um encontro de amigos, sem baixaria, sem briga e barato”.

O técnico de ar condicionado, Antônio Carlos, de 38 anos, e a esposa Meyre de Paula, de 30 anos, engrossaram a festa depois que o som no mirante do Aeroporto foi censurado.  “Não viemos pela bagunça, mas sim pela disputa de som”, conta ele.

“Campo Grande é tão grande que falta lugar”, brinca o instalador de som automotivo Carlos Ferreira, de 23 anos. Para ele, o tumulto em uma das principais avenidas da cidade é resposta à falta de entretenimento de graça na Capital, principalmente para quem gosta de disputa de som automotivo.

Segundo João, são os “titanzeiros” - motociclistas com motos de baixa cilindragem, os responsáveis pela má fama do local. “O tintanzeiros são o grande problema”, reforça ao ver algumas motos em manobras do tipo "cavalinho de pau".

Para o estudante Mário Márcio, de 23 anos, o sucesso do ponto é resultado do baixo custo.“Os frequentadores daqui são pessoas mais humildes, que não têm condição para bancar uma noite nesses bares vizinhos, podemos trazer a cerveja de casa”.

Na sexta-feira, por volta das 23h30 três policiais chegaram ao local e a dispersão dos veículos foi instantânea. Os frequentadores seguiram rumo aos altos da Afonso Pena.

Uma reclamação frequente dos comerciantes é que no dia seguinte têm de aguentar a sujeira e o odor de urina de quem passou a madrugada bebendo e fez da frente da loja o banheiro.

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