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Diversão

Banho de São João deve reunir 50 mil pessoas no Porto Geral, em Corumbá

Elverson Cardozo | 13/06/2013 07:36
Banho de São João, no rio Paraguai. (Foto: Prefeitura de Corumbá)
Banho de São João, no rio Paraguai. (Foto: Prefeitura de Corumbá)

De 21 a 23 de junho, a Prefeitura de Corumbá, município distante 419 quilômetros de Campo Grande, realiza o tradicional Arraial do Banho de São João. A Fundação de Cultura do Pantanal fechou a programação deste ano na segunda-feira (10). A expectativa é que mais de 50 mil pessoas participem do banho ao santo nas águas do Rio Paraguai.

A abertura, no primeiro dia, será às 8h, com a Exposição Itinerante do Patrimônio Imaterial de Mato Grosso do Sul, o São João de Corumbá, no Muphan (Museu da História do Pantanal). A parceria é com o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

No mesmo dia, à tarde, às 13h, acontece a Conferência Intermunicipal de Cultura, que vai reunir, no Centro de Convenções Miguel López, representantes do setor nos municípios de Aquidauana, Miranda, Ladário, Rio Verde e Anastácio.

O arraial no Porto Geral começa às 18h, com decoração típica, praça de alimentação concurso de quadrilhas juninas e de andadores. Os shows, locais e regionais, com violas pantaneiras, começam a partir das 21h30.

A programação de sábado, dia 22, inclui a exposição itinerante, a partir das 8h, no Mupahn, e conferência de cultura, de manhã e à tarde, no Centro de Convenções. Às 20h acontece a abertura do I Festival da Viola de Cocho no Porto Geral. O arraial, neste dia, contará com apresentações de quadrilhas juninas, shows locais a partir das 21h30, e o show nacional com Moraes Moreira depois da meia noite.

No último dia, domingo, haverá exposição itinerante às 8h; Festival de Viola do Choco das 8h às 12h e o arraial do Banho de São João, a partir das 18h, no Porto Geral. É o ponto mais alto da festa.

Para este dia, a população terá outras atrações. Evandro Campos sobe ao palco a partir das 19h. Às 22h acontece a elevação do Mastro de São João. Às 23h30 terá um show pirotécnico à meia noite, seguido do show nacional com o Bloco Brasil.

Tradição - A preparação para o banho de São João, o momento mais esperado da festa, começa bem antes do anúncio da festa. Na Cidade Branca, o ritual de homenagem ao santo tem início no dia 13 de junho, quando várias famílias devotas iniciam os preparativos para a cerimônia.

Cidade deve receber 50 mil pessoas no último dia. (Foto: Prefeitura de Corumbá)
Cidade deve receber 50 mil pessoas no último dia. (Foto: Prefeitura de Corumbá)

Seguindo a tradição, as imagens de São João são colocadas em um altar, enfeitados de flores e armado em cima de um andor. Na véspera do dia de São João, mais de 100 andores descem a Ladeira Cunha e Cruz para o banho da imagem do santo nas águas do Rio Paraguai. Tudo isto começa no início da noite do dia 23 e termina na madrugada do 24.

A tradição vem da época da colonização da fronteira e tem influência portuguesa. Mistura ameríndia, sacro-profana e o sincretismo religioso que marcou período de escravidão no Brasil.

A louvação ao santo tem dois momentos marcantes. Primeiro a ladainha (Deus te salve João/Batista sagrado/O teu nascimento/Nos tem alegrado". Logo, a banda imprime um ritmo carnavalesco e o povo pula de alegria, cantando: "Se São João soubesse que hoje era o seu dia/ Descia do céu à terra/Com prazer e alegria".

O Santo (casamenteiro) - Segundo os escritos bíblicos, São João Batista era filho de Zacarias e Isabel, e primo de Jesus Cristo. O Evangelho de São Mateus fala das pregações e dos batismos que João realizava às margens do rio Jordão, entre os quais está o batismo do próprio Cristo.

Considerado o último dos profetas e o primeiro apóstolo, São João Batista foi decapitado por capricho de Salomé, casada com Herodes. O santo é homenageado pelos católicos no dia 24 de junho.

Assim como se acredita que a água do Rio Jordão adquiriu poder curativo em contato com o corpo de São João Batista, o corumbaense tem a mesma crença em relação ao rio Paraguai.

Em Corumbá, São João também assume papel de casamenteiro. Reza a lenda que mocinhas que querem casar precisam passar por baixo do andor do santo durante o banho do rio. O futuro esposo, segundo a tradição, aparece antes do próximo festejo.

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