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Diversão

Batman encara o vilão mais difícil e vê Gotham ruir com o terrorismo

Fabiano Arruda | 27/07/2012 10:01
Cristian Bale, por trás do uniforme do homem morcego: melhor interpretação da trilogia. (Foto: Divulgação)
Cristian Bale, por trás do uniforme do homem morcego: melhor interpretação da trilogia. (Foto: Divulgação)

Há quatro anos, quando Heath Ledger surpreendeu ao apresentar o vilão Coringa ao segundo filme de Batman, “O Cavaleiro das Trevas”, comandado pelo diretor Christopher Nolan, a pergunta era: será possível superar o sucesso que rendeu mais de US$ 1 bilhão?

De certa forma, Batman “O Cavaleiro das Trevas Ressurge”, em cartaz nos cinemas de Campo Grande nesta sexta-feira, nasceu com essa “pedra no sapato”. E para tentar superar seu antecessor, Nolan traz elementos que a cultura americana está acostumada a ver: terrorismo, ameaça nuclear e crise econômica.

O filme se passa oito anos depois de “O Cavaleiro das Trevas”, quando o homem morcego foi condenado pelos crimes do promotor Harvey Dent (Aaron Eckhart). Aposentado, Bruce Wayne tem sua condição física comprometida.

Mas o herói se vê obrigado a voltar quando vê Gotham ruir sob comando do terrorista Bane, interpretado por Tom Hardy. Sarcástico, cruel e frio, de longe, ele é o adversário mais difícil. Diferente do inconsequente Coringa, que só buscava o caos sem motivações, o personagem de Hardy é um terrorista de mão cheia e discursa em expurgar os políticos corruptos e agentes da economia.

Trajando uma máscara que solta gás, comanda ataque a um avião, à bolsa de valores, implode um estádio durante um jogo de futebol americano e é o maestro de uma legião de outros criminosos que se dispõe a morrer por um ideal, mantra do terror.

Como se não bastasse, o cara é gigante. A força física do vilão e sua habilidade em lutas foram extraídas dos quadrinhos. E as lutas entre Batman e Bane formam os principais momentos da terceira parte da trilogia.

A mulher-gato, vivida por Anne Hataway, é um dos destaques do novo filme. (Foto: Divulgação)
A mulher-gato, vivida por Anne Hataway, é um dos destaques do novo filme. (Foto: Divulgação)

A mulher-gato, vivida por Anne Hataway, é outro destaque. A ladra Selina Kyle entra na história ao invadir a mansão Wayne para roubar um colar de pérolas. Daí para frente, ela ganha importância no enredo de todas as formas.

O policial John Blake (Joseph Gordon-Levitt) e Miranda Tate (Marion Cotillard) são outras duas boas surpresas do filme, que conseguem ser inseridas sem atrapalhar o contexto já construído. E eles não caíram de pára-quedas na história. O destino da dupla traz surpresas.

Por trás do uniforme de Batman, Cristian Bale, ganhador do Oscar como melhor ator coadjuvante em “O Vencedor”, tem sua melhor interpretação na série, deixando de ser tão caricato como nos outros dois filmes.

Os antigos personagens, o mordomo Alfred (Michael Caine), Lucius Fox (Morgan Freeman) e o comissário Gordon (Gary Oldman) também não perdem sua relevância. Com tantos personagens, antigos e novos, “O Cavaleiro das Trevas Ressurge” tem muitas pontas e elas se interligam, porém, com tantas histórias, o enredo se perde em alguns momentos com o excesso de explicações.

Vilão Bane comanda ataque á bolsa de valores; menção à crise econômica e terrorismo. (Foto: Divulgação)
Vilão Bane comanda ataque á bolsa de valores; menção à crise econômica e terrorismo. (Foto: Divulgação)

Público - Na sala lotada do Cinemark durante a pré-estreia que se estendeu na madrugada desta sexta-feira, os fãs do homem morcego não se importaram com o horário para matar a ansiedade pelo aguardado filme.

Marcel Paulino, de 33 anos, trajava uma camiseta com o símbolo do Batman e me pedia pressa na entrevista, pois a sessão estava para começar. Para ele, o fato do filme terminar de madrugada e, mesmo assim, ele ter que trabalhar de manhã, não faziam diferença.

Paulino comenta que acompanha o personagem há muito tempo “desde os filmes ruins”, que antecederam a direção de Nolan. Confessa que, em “Batman Begins”, primeiro filme da saga, ainda era reticente com a abordagem que o cinema daria ao super-herói.

No meio da fila, vejo uma jovem com uma camiseta do Batman e me aproximo. Peço uma entrevista, mas a garota mostra total timidez para entrevistas. Definindo-se como parte da tribo dos nerds, ela só consegue dizer que está muito nervosa e vai chorar com o filme.

Para se esquivar da entrevista, a jovem diz que outras pessoas são fãs do personagem e estão ali, mas eu digo que ela é a única menina. Um pouco sem graça, ela concorda com seu “diferencial”, mas, dou-me vencido pela introspecção da "nerd".

Marcel Paulino, de 33 anos, não se importou com a sessão de pré-estreia terminar na madrugada. (Foto: Fabiano Arruda)
Marcel Paulino, de 33 anos, não se importou com a sessão de pré-estreia terminar na madrugada. (Foto: Fabiano Arruda)

Herói atípico - Neste ano, com o lançamento do filme os “Vingadores” e seu sucesso de bilheterias, ficou a provocação no ar, muito por conta de se tratar da rivalidade de mercado entre Marvel e DC Comics, de qual seria o melhor filme.

O homem morcego não enfrenta alienígenas, nem monstros. Pelo contrário, ao longo da trilogia, além dos bandidos que tentam destruir uma cidade, ele enfrenta sua própria máscara. Em Batman “O Cavaleiro das Trevas”, vê-se como vilão e, agora, é perseguido até pela Polícia por ser considerado “um fora da lei”.

Ao longo das 2h45 de filme, de pura ação, fica a apreensão do público: o que será de Batman? Não há a certeza de que ele sairá vivo como ocorre em outros filmes de super-heróis. O final revela um desfecho surpreendente e digno do encerramento da “Lenda do Cavaleiro das Trevas”. E por essas e outras que o público pode conferir nas telonas, Batman é melhor que Os Vingadores.

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