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Diversão

Com dinheiro só para vestir a porta-bandeira, Vila Carvalho roda com a bateria em bares

Paula Maciulevicius | 05/10/2011 10:00
Vila foi ao Palhoça Bar, em tarde de calor e cerveja.
Vila foi ao Palhoça Bar, em tarde de calor e cerveja.

O “cliente” pede e a Vila Carvalho leva o samba a diferentes bares de Campo Grande, para fazer vingar mais um título da escola campeã de 2011.

O projeto Vila Carvalho Visita chega no Palhoça Bar com a bateria, casal de porta bandeira e mestre sala, além de passistas. No final de uma tarde quente, lá estão eles, o grupo todo, com a cerveja rolando nas mesas.

O samba abre o sorriso de dona Azize Zanour, de 65 anos. Aposentada ela diz que já sabia do projeto e que faz questão de prestigiar. "Eu não perco por nada", confessa.

Além de levar o nome da escola e ampliar o número de integrantes, a direção descobriu uma forma de arrecadar para colocar na avenida o enredo de 2012, que já tem nome "Campo Grande - do arraial de Santo Antônio à Cidade Morena".

A agremiação fica com o valor da bilheteria e o proprietário da casa com o dinheiro gasto no bar. “Depois do feriado temos mais 4 locais agendados”, diz o presidente José Carlos de Carvalho.

Sobre quanto custa chegar à avenida do samba, ele abre o jogo, ou melhor, as contas oficiais. "Foram R$ 83 mil comprovados em notas."

O único repasse à escola este ano veio da Lienca (Liga das Entidades Carnavalescas de Campo Grande), uma ajuda de R$ 19 mil reais. "Que mal dá nem para vestir a nossa porta-bandeira", comenta José Carlos.

O dinheiro vai em figurino, adereços, carro alegórico, composição e toda evolução vista no desfile.

"O que entra já sai assim que a gente começa a mexer. Tentamos fazer de tudo para um bom Carnaval, mas depende dos governantes, da viabilização de recursos. Nós já mostramos que sabemos fazer", defende.

O questionamento é o mesmo de sempre, a diferença no repasse estadual a Campo Grande em relação à cidade Branca, a Corumbá já tradicional pelos carnavais.

Vila Carvalho foi campeã em 2011.
Vila Carvalho foi campeã em 2011.

Caravana samba - Na caravana da escola, o samba que carrega integrantes para onde a escola vai, é o mesmo que uniu Jaime Adão e a esposa. Ele tem 50 anos, ela 38 anos. Até a jovialidade, Jaime atribui ao samba. "O segredo é muito cuidado com alimentação e cabeça positiva", sorri.

Ele que é filho do sambista sul-mato-grossense, Alceu Adão Pereira, foi criado na beira do samba.

"Não foi necessário deixar pré-requisito para a mulher gostar de samba, foi sorte. Eu sempre gostei e a união vai perdurar", completa.

Da paixão pelo samba nasceu Marina, com apenas 2 anos, o pai garante que ela tem samba no pé. "Ela já deu os passinhos do samba logo que aprendeu a andar", diz.

Vera Lúcia Pereira já é bem mais experiente no samba, com 35 anos de Vila Carvalho. "Meu filho quase nasceu na avenida, eu saí do Carnaval para a maternidade", conta sobre a folia em 1977.

"É amor antigo com a Vila Carvalho, meus filhos, netos cresceram aqui. É uma emoção muito grande se preparar para o Carnaval que vem".

No dia 15 de outubro, a Vila Carvalho comemora 42 anos em jantar, com a bateria na quadra da escola.

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