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Diversão

Ele saiu de Bodoquena para dar a volta ao mundo e em 1 ano conheceu 45 países

Thailla Torres | 08/07/2016 07:36
Essa foi feita no Vietnã. E por onde passa, as cores e sabores marcam a viagem. (Foto: Marcus Vinícius Marques)
Essa foi feita no Vietnã. E por onde passa, as cores e sabores marcam a viagem. (Foto: Marcus Vinícius Marques)

Longe do conforto de casa, Marcus Vinícius Marques, de 27 anos, decidiu se aventurar pelo mundo de mochilão. Ele é natural de Bodoquena, mas o lado de cá já estava pequeno para ele.

Determinado, criou o seu projeto de vida "Marcando Mundo". De mochila nas costas, em um ano já passou por 45 países. E toda a jornada é descrita em vídeos e fotografias, para mostrar que não é impossível correr atrás dos sonhos.

A ideia de largar tudo e viajar surgiu em uma mesa de bar ao lado dos amigos. “Começamos a dividir os anseios, falar dos objetivos para o futuro e foi assim que tudo começou. Mas eu sempre pensei que viajar o mundo só seria possível após ter minha vida financeira totalmente organizada”, conta.

E não foi diferente, Marcus realmente se organizou e provou que ninguém precisa ser milionário para viajar por aí. Bastou foco e organização para seguir a viagem ficando mais de um ano sem trabalhar. 

Fotografia em Capetown, onde os dois oceanos se cruzam. (Foto: Marcus Vinícius Marques)
Fotografia em Capetown, onde os dois oceanos se cruzam. (Foto: Marcus Vinícius Marques)

Formado em Ciências Contáveis, aos 21 anos ele recebeu uma proposta de trabalho para morar em Angola. De lá pra cá, o contato com o mundo se tornou mais fácil. “Conheci pessoas de diversos países e esse ambiente internacional despertou ainda mais minha curiosidade de explorar”, diz.

Ficou durante 5 anos trabalhando pesado para conseguir juntar dinheiro. Deixou de lado os gastos desnecessários, cortou regalias e o consumo excessivo. Foi a maneira que ele encontrou para colocar de vez o pés na estrada. 

O objetivo nunca foi só diversão. Marcus se considera um curioso e tinha vontade de aperfeiçoar o inglês. Ele diz que o impacto cultural é tão grande que para encarar uma aventura como essa é preciso mais do que dinheiro. É preciso ter coragem e estar com a mente aberta para lidar com os obstáculos, caminhar, pedir carona, dormir em qualquer quanto e comer a comida local.

"Eu procuro sempre estar de mente bem aberta para aceitar e interagir com as culturas. São religiões, crenças e costumes que confesso que me atraem. Por isso, quero que essa experiência seja autêntica para aprender e compartilhar experiências", comenta.

Família de uma das tribos em Papua Nova Guiné. (Foto: Marcus Vinícius Marques)
Família de uma das tribos em Papua Nova Guiné. (Foto: Marcus Vinícius Marques)
E por onde passa é bem recebido. (Foto: Marcus Vinícius Marques)
E por onde passa é bem recebido. (Foto: Marcus Vinícius Marques)

Hoje, tudo impressiona e deixa marcas para a vida toda. "Nunca imaginei que veria o nascer do sol no deserto do Saara, mergulharia do rio Ganges na Índia, faria um safári na África, escalaria montanhas no Nepal e mergulharia com tubarões na Tailândia", descreve.

Marcus passou uma temporada com as tribos no Papua Nova Guiné, aprendendo os costumes e crenças das diversas tribos. Provou a realidade de que nem tudo são flores. "Visitei alguns países onde o índice de pobreza e criminalidade são muito altos. Mas nesses países as pessoas são bem mais humildes e solidárias. São pessoas guerreiras que lutam diariamente por uma qualidade de vida melhor e sustento da família", diz.

Durante a viagem, pedindo carona nas estradas, surgiram pessoas simples que sempre estavam dispostas a ajudar. Um dos lugares que mais ele se lembra é de Papua. "Lembro quando cheguei em Alotau, estava muito feliz em visitar o país. Fiz amizades e pessoas me receberam de braços abertos. Lá é um dos lugares mais isolados do mundo. Diferentes línguas são faladas nesse país e isso foi um choque", conta. 

A gastronomia por onde passa também fica na memória. "Outro choque muito grande foi quando visitei a Índia, um país de uma diversidade incrível, cheio de cores e muitos sabores", comenta.

A experiência de vida é algo que para ele não tem preço, vale todo esforço e suor pelas caminhadas, horas de espera, caronas, viagens de ônibus e até a dolorosa distância da família que ficou em Bodoquena. "Eu queria me conhecer melhor, sair da zona de conforto e enfrentar a realidade do mundo. Essa viagem abriu meu coração e me tornou mais humilde, responsável e corajoso. Sabia que seria uma mudança de vida, mas nunca tenho ideia do que vou encontrar". 

No meio do caminho surgiu o talento pela fotografia que nem Marcus havia imaginado. Por onde passa, retrata sentimentos, faces e culturas tão diferentes, mas cheias de humanidade. "Decidi comprar uma câmera quando perdi meu voo em Dubai e deste então virou um hobby". 

Atualmente ele está passando uma temporada na Austrália. O próximo caminho será rumo à Nova Zelândia, onde pretende ficar por alguns meses. Depois, o projeto vai ter uma pausa para que ele volte ao mercado de trabalho, para uma segunda volta ao mundo, que dessa vez quem sabe consiga levar os pais. 

"Penso em um dia fazer uma viagem internacional com toda a família. Mostrar que o mundo é muito mais acessível do que imaginamos e menos perigoso do que a mídia mostra. O mundo está repleto de gente de bom coração. E quanto mais eu viajo, mais eu quero viajar, é viciante", completa.

Toda a jornada de Marcus pode ser acompanhada pelo blog ou pela página do Projeto Marcando Mundo. Abaixo veja alguns retratos feito durante uma temporada nas tribos de Papua Nova Guiné.

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(Fotos: Marcus Vinícius Marques)
(Fotos: Marcus Vinícius Marques)
Ele saiu de Bodoquena para dar a volta ao mundo e em 1 ano conheceu 45 países
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